19.10.06


MANIFESTO CONTRA AS TELEVISÕES EM BARES, RESTAURANTES, LANCHONETES E SIMILARES, DOS TRENS PASSAGEIROS E DOS ÔNIBUS COM JANELAS QUE ABREM!
* Por Fred

Se eu fosse alguém, faria uma lei para que se tirassem as televisões dos bares, restaurantes, lanchonetes e similares.
Gostaria também que os trens passageiros circulassem e que os ônibus voltassem a ter as janelas que abrem. Fobia pura, saudosismo raro, lembranças, lembranças, nada mais!
Às fobias... enfrente-as. Ao saudosismo traga-o de volta; fale dele.

Um invento do bem usado para o mal – eis o que é hoje a TV no Brasil. Teria vários motivos para argumentar em favor de tal lei. Quer um, aí vai... Você conversa com sua garota em uma lanchonete (lembra a cena do filme GHOST, a do beijo) romantismo puro, sentimentalismo a flor da pele. Aproveita o momento e vai se aproximando, até que... AMOR, ESPERA, DEIXA EU VER ESTA CENA DA NOVELA!!!

Sobre os trens, quanta saudade! As estações eram uma festa. Paqueras, comércio, movimento, gente, vida! Os trens passageiros traziam vida às cidades. E o que dizer de uma viagem em um trem!

Uma imagem vale por mil palavras

Só e só/Quero um trem./Não qualquer trem.../Um que faça baldeação/À noite./Filme de terror,/Estação vazia, horário errado;/Perdi o trem!/Andando pela cidade/Encontro um hotel de quinta./Oferecem um quarto/No quinto andar/Logo para mim que optei/Por um trem;/Coisa terrena, fobia múltipla!/Contento-me em saber/Que esse sentimento/É
partilhado por multidões,/Aquelas que não mais existem/Pelas gares brasileiras./Só e só
Quero um trem./Eles nos dão à liberdade/De movimento/E também pelas janelas/A paisagem é passada (o)/Como em um filme noir,/Sem personagens/Mas lindo e de
reflexão./Ah! Os trens.../Carros dormitórios,/Restaurante, bar,/Bagagem./Comissárias em seus lindos/Trajes ferroviários;/Solícitas, simpáticas,/Fazendo gênero./De repente
O vendedor/Com suas bebidas a tiracolo,/Garrafas a se tocar/Trazendo o tilintar etílico
E a volta a realidade./...e não mais que de repente.../SONHO – olha o SONHO!/Era um sonho/Em que eu e todos os irmanados/Pelo medo do avião/Nunca queríamos acordar.
Do quinto andar/Daquele hotel de quinta/observo o dia que nasce.../Apresso-me para a vida/E para o trem/Que se não faltar,/Em uma hora estarei pegando./Só e só continuo.
Quero um trem.../Não qualquer trem.../Um que faça baldeação,/À noite!

Agora sobre os ônibus modernos... que horror. Você que já viajou num desses sabe do que estou falando. O cheiro é péssimo, o ar rarefeito e gélido e o que dizer do mau gosto dos filmes que eles colocam no Dvd.
Assim, aqui estou defendendo a volta imediata dos trens passageiros, os ônibus com janelas que abrem e o fim das televisões nos bares, lanchonetes, restaurantes e similares, afinal nem tudo que é moderno faz bem!

Fred escritor/jornalista MTB 46.265
Fred_alfredo@ig.com.br

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