14.11.07

VZYADOQ MOE

Vzyadoq Moe foi uma banda muito peculiar, a começar pelo seu nome que nada significa a não ser um sorteio de letras, seguindo a receita de Tristán Tzara para se fazer um poema dadaísta. Na realidade o sorteio de letras deu Vzyadoq Mof, devidamente corrigido pela banda. O significado era: 'O primitivismo, o começar do zero, o novo em nossa arte'.As influências iniciais, que moldaram a música do Vzyadoq Moe, vieram do cinema expressionista alemão, da poesia de Augusto dos Anjos e dos livros de Clarisse Lispector, que definem toda a teatralidade do som e das apresentações da banda. Havia também o Heavy Metal, a poesia e o lirismo de Nelson do Cavaquinho, junto com o turbilhão musical dos anos 80 onde o rock domina a tecnologia e expande suas fronteiras através de fusões com a música africana, jamaicana, indiana, entre outras. O punk atinge o mainstream musical e a banda leva ao termo o lema do movimento “Faça você mesmo”. A música na época é item secundário na equação do Vzyadoq Moe, pois a proposta inicial da banda é a de romper os paradigmas do pop mundial arrebatando o cetro de Londres. Basta ver o depoimento de Fausto Marthe em entrevista para Sônia Maia na Revista Bizz em 1988.Iniciam os ensaios na garagem do baterista Peroba. A falta de dinheiro proporcionou o inusitado set de percussão onde latas de óleo, caixas de papelão de eletrodomésticos, chapas de zinco de ferro-velho formam uma sonoridade particular, muitas vezes confundida com a música industrial dos anos oitenta. A falta de prática instrumental foi substituída inicialmente por muita criatividade em abordagens não tradicionais da famosa tríade do rock: baixo, guitarra e bateria.Nesse momento, em 1987 o Vzyadoq Moe era formado por: Fausto Marthe (vocal e letras), Marcelo Acabado - Orlak (guitarra), Jacksan - Calegari (guitarra), Edgard Degas (baixo) e Marcos Peroba (bateria).Para compor, alguns métodos nada formais segundo palavras de seus músicos. Degas: 'Qualquer um dos instrumentos pode achar um fraseado, uma sonoridade interessante a partir do caos inicial. Daí, os outros seguem atrás daquela idéia, de improviso, e acabam acertando'. Marcelo: 'Não existe lei. Às vezes o baixo faz a linha da guitarra, a guitarra marca o ritmo e a bateria define a melodia'. Fausto: 'Faz-se a costura e a melodia aparece somente quando todos os instrumentos estão tocando'. Marcos: 'Tem música em que o baixo é uma terceira guitarra'. Fausto: 'Minhas letras não são escritas para serem letras. São poemas inspirados no expressionismo arcaico e em Clarice Lispector'. Marcelo: 'Nossas guitarras são rigorosamente iguais. Não existe aquela história de base e solo. Elas se atropelam, se fundem e fazem o ambiente'. Marcos: 'Se eu tivesse dinheiro para comprar um kit de bateria normal, eu não compraria. Procuraria investir em pedais e efeitos para completar minhas latas, em busca de melhores timbres'. Desde o inicio foram muitos shows em Sorocaba, São Paulo, Curitiba e Rio de Janeiro, com a imprensa escrevendo incansavelmente sobre a banda, notadamente a Revista Bizz da Editora Abril. Mas de maneira geral os artigos não conseguiram qualificar de maneira adequada o som do grupo, na compreensão dos músicos da banda.Em 1987 começam a gravar seu primeiro LP (sim na época o CD estava engatinhando) nos estúdios Eldorado no centro de São Paulo, pela Wop Bop Discos com a produção de José Augusto Lemos, o Scot. O resultado é o primeiro disco do Vzyadoq Moe chamado “O Ápice”, lançado em março de 1988.O disco recebe destaque na imprensa saindo até em matéria na revista californiana Spin de junho de 1989, assinada pelo jornalista Biron Coley. Foi destaque também nos cadernos de cultura dos principais jornais e revistas do país. Vale ressaltar o artigo de Mário César de Carvalho na Folha de São Paulo, aquele que melhor soube expressar a proposta sonora da banda na mídia impressa.A série de shows se intensifica e o Vzyadoq Moe ocupa as maiores casas de show da época em São Paulo, onde a sena roqueira estava bastante ativa: Largo do São Francisco, Teatro Mambembe, Centro Cultural SP, Espaço Retrô, Dama Shock, Projeto SP, Aeroanta, Der Temple, The Clash, Sesc Pompéia, entre outros.Apresentam-se também na televisão nos programas Fanzine e Metrópolis da TV Cultura São Paulo.Em meados de 1989, devido a compromissos estudantis do guitarrista Jacksan que sai da banda, entra o Fernandão acrescentando a sua formação bastante ligada ao blues para a sonoridade do Vzyadoq Moe. Inicia-se uma nova fase com músicas que misturavam o samba, o rock e o próprio blues.Neste ano gravam sua participação no disco tributo ao mutante Arnaldo Baptista, “Sanguinho Novo”, lançado pela Gravadora Eldorado com a produção de Carlos Eduardo Miranda e Alex Antunes. Gravado no mesmo estúdio Eldorado usado pela banda para registro de seu primeiro disco.Os shows se ampliam para o interior do estado e para outros estados. A atividade sonora da banda é intensa nos próximos dois anos entre composições, gravações e apresentações. Levam sua performance para Londrina, Curitiba, Porto Alegre, Rio de Janeiro, Florianópolis, Presidente Prudente, Jaú, Sorocaba, além de muitos shows na capital de São Paulo.Em 1990, o Vzyadoq Moe participa de outra coletânea de bandas o “Enquanto Isso”, produzido por Alex Antunes e RH Jakckson e lançado pelo selo independente Manifesto em Outubro desse ano. Gravado no SoftSynch, na Pompéia em São Paulo com produção de Akira S e da banda. Pela primeira e última vez o grupo se apresenta em inglês, Alternam os ensaios entre Sorocaba e São Paulo em estúdios de amigos. Mas muitas vezes garagens, escolas fechadas em finais de semana, casas dos pais ainda não alugadas, entre outros espaços de oportunidade são os locais recorrentes das jams da banda. Sempre com a turma amiga acompanhando o barulho de perto.Nesse mesmo ano o New Music Seminar de Nova Iorque, convida a banda para show no Cat Club em Manhattan. Por falta de dinheiro a banda foi abrigada a recusar o convite. Para compensar a frustração o Vzyadoq Moe volta para o estúdio SoftSynch e com produção própria e a engenharia de som de RH Jackson grava os seus cinco maiores hits dessa época.Parando um ano para recompor as baterias em 1992. A banda volta em 1993 como um quarteto com Fausto, Acabado, Degas e Peroba e um som de muita força e energia, onde abandonam o samba agregando elementos de speedy metal a já característica sonoridade do grupo.Mais maduros e melhores músicos, depois de anos de estrada, o Vzyadoq Moe grava com produção própria duas músicas no estúdio Big Bang no bairro de Pinheiros em São Paulo, capital. No segundo semestre de 1993 realizam seu primeiro videoclipe “Rompantes de Fúria”, com produção da Digital Group e direção de Sérgio Martinelli e Gilberto Caserta, chegam assim a MTV.Tocam a maior parte do tempo na capital São Paulo, onde a maioria da banda se mudou por motivos profissionais. A dissonância sai das músicas e atinge o grupo, que encerra suas atividades.Em 1999, na ocasião do lançamento de uma rádio on-line, é lançado informalmente o CD “Hard Macumba”, com material gravado e ainda não publicado e mais algumas faixas do show realizado em 1991 no Aeroanta em São Paulo. Em 2001, a Gorila Records relançou em CD “O Ápice”, em edição que se esgotou rapidamente.Muitos hits se perderam no tempo por falta de registro: “Ele está só”; “O duo e seus dons”; “Seu puro ouro, vi”; entre tantos outros, que estão na memória daqueles que puderam ver e ouvir o som inovador e único da banda. A busca pelo novo o Vzyadoq Moe perseguiu até o seu fim.

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12.11.07

TV LIVRO...

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Não jogue seus velhos LPs no lixo!

Pense bem antes de jogá-lo fora!
A discussão sobre qual formato tem a melhor sonoridade, LP (long-play) ou CD, não existe mais há um bom tempo. No decorrer da década de 1990, os lares que abrigavam coleções expressivas de vinis foram esvaziados – e as coleções, vendidas ou jogadas no lixo. Os sebos não trazem mais pilhas de velhos discos, como acontece hoje com fitas de VHS, aposentadas em tempo recorde pelo DVD. Enquanto se especula sobre o desaparecimento físico do CD, entretanto, um fenômeno faz o caminho inverso nos últimos anos: a volta do LP. Não o retorno da fabricação, mas do culto das velhas bolachas pretas. Em 2006, a fabricante americana Teac mandou para as lojas, pasmem, dois modelos diferentes de toca-discos, com design dos anos de 1950 e peças esculpidas em madeira. Um deles, o GF350, que custa no Brasil perto de R$ 2.700, permite gravar em CD o que está sendo tocado em LP. Por R$ 1.100 é possível comprar uma vitrola que traz também compact-disc, mas sem a possibilidade de gravação. É difícil resistir à tentação de ter um.Por que isso está acontecendo? A febre dos DJs, que usam vinis em suas performances, seria a causa? Não creio. Talvez tenha a ver com um problema de mercado. Pelo menos no Brasil. Por causa da pirataria, as gravadoras não têm demonstrado interesse em lançar em disquinhos álbuns que foram originalmente vendidos em vinil e que jamais foram remasterizados digitalmente. Até mesmo a possibilidade de "passar" para o CD em casa, com o simples apertar de botões, voltou a ser um atrativo interessante. Portanto, quem ainda tem LPs em casa deve pensar melhor antes de vendê-los ou jogá-los fora.
Texto enviado por WEL

6.11.07

De Novo!

É isso, de novo, aqui estou recomendando uma das melhores revistas deste Brasil Varonil

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POEMIA...

De que precisamos...
Paz, trabalho, casas!
Manter-me afastado
dos problemas do mundo
é sábio e eficaz.
sigo o meu caminho
sem violência,
pagando o mal com o bem.
O convívio dos homens
está no tempo da revolta
eu sei
mas fico alheio
ao marasmo técnico
que nos envolve.
Dou a volta por cima
tenho fé e juro
morrerei defendendo
minha ideologia e originalidade.
Sou louco e careta
protejo fauna e flora.
porque meio, se podemos
ter um ambiente inteiro.
Se é “Proibido Proibir”,
se o Haiti é aqui,
se Deus é brasileiro...
porque desistir???

Marcas de sucesso...

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Lançamento do terceiro CD da "Fábrica da Arte"

Olá amigo/amiga da Fábrica da Arte!

Você está convidado/convidada para o show delançamento do 3º CD da Fábrica da Arte.
DIA 10 DE NOVEMBRO - SÁBADO - 21HTEATRO DA UNIP, na Av Baguaçu/Araçatuba
INGRESSO: 1Kg de alimento não perecível
Além do show com as músicas do novo disco e também com as antigas, vai rolar... Exposição de artes plásticas: Fernanda Russo, MárciaPorto e Renata Cruz
Esquetes com o Grupo Teatral Pregadores do Riso
Realização: SESC
Apoio: UNIP, CULTURA FM, FOLHA DA REGIÃO
Apoio à banda: MOINHO CULTURAL E CENTÁUREA
COMPAREÇA - DIVULGUE - PRESTIGIE - REPASSE ESTE E-MAILPARA SUA LISTA

31.10.07

Os Estatutos do Homem - Thiago de Melo

A Carlos Heitor Cony

Artigo I
Fica decretado que agora vale a verdade. agora vale a vida, e de mãos dadas, marcharemos todos pela vida verdadeira.
Artigo II
Fica decretado que todos os dias da semana, inclusive as terças-feiras mais cinzentas, têm direito a converter-se em manhãs de domingo.
Artigo III
Fica decretado que, a partir deste instante, haverá girassóis em todas as janelas, que os girassóis terão direito a abrir-se dentro da sombra; e que as janelas devem permanecer, o dia inteiro, abertas para o verde onde cresce a esperança.
Artigo IV
Fica decretado que o homem não precisará nunca mais duvidar do homem. Que o homem confiará no homem como a palmeira confia no vento, como o vento confia no ar, como o ar confia no campo azul do céu.
Parágrafo único:
O homem, confiará no homem, como um menino confia em outro menino.
Artigo V
Fica decretado que os homens estão livres do jugo da mentira. Nunca mais será preciso usar a couraça do silêncio nem a armadura de palavras. O homem se sentará à mesa com seu olhar limpo porque a verdade passará a ser servida antes da sobremesa.
Artigo VI
Fica estabelecida, durante dez séculos, a prática sonhada pelo profeta Isaías,
e o lobo e o cordeiro pastarão juntos e a comida de ambos terá o mesmo gosto de aurora.
Artigo VII
Por decreto irrevogável fica estabelecido o reinado permanente da justiça e da claridade, e a alegria será uma bandeira generosa para sempre desfraldada na alma do povo.
Artigo VIII
Fica decretado que a maior dor sempre foi e será sempre não poder dar-se amor a quem se ama e saber que é a água que dá à planta o milagre da flor.
Artigo IX
Fica permitido que o pão de cada dia tenha no homem o sinal de seu suor. Mas que sobretudo tenha sempre o quente sabor da ternura.
Artigo X
Fica permitido a qualquer pessoa, qualquer hora da vida, uso do traje branco.
Artigo XI
Fica decretado, por definição, que o homem é um animal que ama e que por isso é belo, muito mais belo que a estrela da manhã.
Artigo XII
Decreta-se que nada será obrigado nem proibido, tudo será permitido, inclusive brincar com os rinocerontes e caminhar pelas tardes com uma imensa begônia na lapela.
Parágrafo único: Só uma coisa fica proibida: amar sem amor.
Artigo XIII
Fica decretado que o dinheiro não poderá nunca mais comprar o sol das manhãs vindouras. Expulso do grande baú do medo, o dinheiro se transformará em uma espada fraternal para defender o direito de cantar e a festa do dia que chegou. e o lobo e o cordeiro pastarão juntos e a comida de ambos terá o mesmo gosto de aurora.
Artigo VII Por decreto irrevogável fica estabelecido o reinado permanente da justiça e da claridade, e a alegria será uma bandeira generosa para sempre desfraldada na alma do povo.
Artigo VIII Fica decretado que a maior dor sempre foi e será sempre não poder dar-se amor a quem se ama e saber que é a água que dá à planta o milagre da flor.
Artigo IX Fica permitido que o pão de cada dia tenha no homem o sinal de seu suor. Mas que sobretudo tenha sempre o quente sabor da ternura.
Artigo X Fica permitido a qualquer pessoa, qualquer hora da vida, uso do traje branco.
Artigo XI Fica decretado, por definição, que o homem é um animal que ama e que por isso é belo, muito mais belo que a estrela da manhã.
Artigo XII Decreta-se que nada será obrigado nem proibido, tudo será permitido, inclusive brincar com os rinocerontes e caminhar pelas tardes com uma imensa begônia na lapela.
Parágrafo único: Só uma coisa fica proibida: amar sem amor.
Artigo XIII Fica decretado que o dinheiro não poderá nunca mais comprar o sol das manhãs vindouras. Expulso do grande baú do medo, o dinheiro se transformará em uma espada fraternal para defender o direito de cantar e a festa do dia que chegou.
Artigo Final.
Fica proibido o uso da palavra liberdade, a qual será suprimida dos dicionários e do pântano enganoso das bocas. A partir deste instante a liberdade será algo vivo e transparente como um fogo ou um rio, e a sua morada será sempre o coração do homem. Não tenho um caminho novo. O que eu tenho de novo é um jeito de caminhar.

POEMIA...

-------Lua -------Quieta, no canto.Esterto.A música, clássica, de fundoE a paz inexistente.Seus olhos quase sangramDe um inverno rigoroso, impenetrável,Desacoracionados.Dói. E continuaEm vozes vácuas a gritarDe silêncios crescentes...O miúdo amor.No ar, ex-paz.Deus o que nunca foiNo seu coração.Navalha nas mãos, corta,Lentamente, os pulsos,Condoída pelas paixões inexistentes.As vespas incomodam-naVão penetrando a pele morena,De vênulas azuis...O de repente acontecido.Pintou um quadro atormentável Com pincéis úmidos de sangue...Depois, voltou.Quieta, no canto. Estertor.Seu olho pisca e fere.---------------- (Die) ---------------

30.10.07

A Maior surpresa do TIM FESTIVAL

Conheça The Killers - um sucesso no Tim Festival

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28 de Outubro de 2007 - Dia Nacional do SACI...

Estou começando a achar que o Saci está à solta. Se eu bem me lembro das histórias de Monteiro Lobato, ele gosta de aprontar em casa. Nas palavras do personagem Tio Barnabé, “ele azeda o leite, quebra pontas das agulhas, esconde as tesourinhas de unha, embaraça os novelos de linha, faz o dedal das costureiras cair nos buracos, bota moscas na sopa, queima o feijão que está no fogo, gora os ovos das ninhadas.” No sábado, convidei uns amigos para jantar. Coisa de última hora. Preparei receitinhas rápidas, passei uma garrafa de vinho espumante da geladeira para o congelador... Claro que a garrafa explodiu. Ou melhor, não é tão claro assim. Nunca tinha acontecido comigo. Já tinha ouvido falar. Acho que foi o Saci. Vai ver ele queria dar umas bicadas no espumante. Todo mundo sabe que dia 31 de outubro é o dia dele, Dia do Saci. Todo mundo menos eu. Domingo, meu sobrinho apareceu em casa com um Saci na mão. Um bonequinho, que fique claro. Não lembrava muito bem a história do Saci e resolvi pesquisar na internet, antes que meus filhos começassem com o interminável questionário sobre as origens do brinquedo do primo. Mas a informação mais freqüente era: “Em 2005, foi instituído o Dia do Saci, comemorado no dia 31 de outubro, a fim de restaurar as figuras do folclore brasileiro em contraposição ao Halloween” (que é comemorado na mesma data).Ótimo, não precisamos comemorar o Halloween! Mas quais são as comidinhas para a festa do Saci? Bom, de champanhe já sabemos que ele gosta. Sopa nem pensar: ele bota mosca. Mas tem que ter feijão! Na festa do Saci, imagino, a comida precisa ser bem brasileira. Representativa. Tapioca dos índios... Espere, encontrei outra informação na internet: “a função do Saci era controlar e manusear tudo que estava relacionado às plantas medicinais, como guardião das sabedorias e técnicas de preparo e uso de chás, mezinhas, beberagens e outros medicamentos feitos a partir de plantas.” Ai, ai, ai, no Dia do Saci vamos ter que soltar a bruxa. Aliás, acho que nós, cozinheiras, estamos muito mais para bruxas do que para Saci. Para a minha surpresa, os hábitos alimentares do Saci já foram amplamente descritos por um grupo de “saciólogos”. Eles contam que, “no café-da-manhã, ele traça umas frutas, principalmente banana, e em seguida ataca um prato de mingau de fubá (é feito com leite bem quentinho e canela em cima). Depois faz um café ralinho, para tomar em caneca, ou um chá de hortelã, funcho ou outro matinho.” Mas parece que, para a festinha, seria mais adequado servir lambari frito. “Os bons são aqueles pequeninos, que não carecem nem de limpar. Frita-se do jeito que saem do rio. Uns pingos de limão caem muito bem. E cachaça, da boa, também.” Estou começando a gostar da presença do Saci na minha casa.

A Copa de 2014 em gramados brasileiros

COPA PRA ARGENTINO NENHUM BOTAR DEFEITO

O Brasil voltará a sediar uma Copa do Mundo depois de 64 anos. A decisão da Fifa de escolher nosso país como palco da mais importante competição do futebol em 2014 premia um esforço antigo dos governantes tupiniquins, que lutavam por isso desde a década de 1980. Viajaram para a Suíça, onde a Fifa tem sua sede, uma comitiva brasileira composta por políticos (entre eles o presidente Lula e, pasmem, 12 governadores estaduais – até o do Acre apareceu por lá), oportunistas, cartolas, letrados e até jogadores de futebol como Romário. Trem da alegria que foi ver perto os jurássicos velhinhos que comandam o futebol anunciarem o nome do Brasil. Pena que Ricardo Teixeira e seus asseclas tenham se esquecido de convidar Pelé para o evento, certamente conscientes de que ficariam em quinto plano diante da presença do Rei. Torço para que não ocorra novamente o que se viu no Pan no Rio de Janeiro. Praças esportivas superfaturadas, promessas de melhoria de infra-estrutura não cumpridas, dinheiro público escoando pelo ralo e contas que não fecharam e jamais vão se fechar. Tomara que finalmente brote a consciência em nossos políticos e cartolas (algo que não acredito) que o Brasil estará diante dos olhos do mundo todo. Mais uma chance de mostrar que além de termos uma das maiores economias do mundo, somos capazes de organizar um evento tão grandioso. Você, torcedor, acredita que a Copa no Brasil será uma boa ou nossos políticos deveriam priorizar outros temas mais relevantes? Temos condições de organizá-la com a mesma eficiência verificada nos países do primeiro mundo? Será possível fazê-la sem desviar recursos? Opine!

Amigos do Bem - Colabore!

Você conhece a ONG AMIGOS DO BEM???
Não - acesse e colabore

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Filosofia Pura...

INDIGNAÇÃO... é uma mosca sem asa
que não voa além da janela da sua casa.

OS CRIMES DA SYNGENTA SEEDS - FORA DO BRASIL!

Estimado amigo e amiga do MST,
Nesta edição especial, queremos compartilhar a luta da Via Campesina contra a transnacional Syngenta Seeds da Suíça e denunciar os vários crimes que essa empresa vem cometendo contra o povo e em território brasileiro:
1. CRIME DE EXECUÇAO SUMÁRIA CONTRA A VIDA DE BRASILEIROS:
No último domingo, dia 21 de outubro, por voltas das 13h30, após a reocupação da área, que aconteceu no início da manhã do mesmo dia, mais de 40 pistoleiros, de uma milícia fortemente armada, sob a fachada de empresa NF Segurança, invadiram o Acampamento Terra Livre, na área de experimentos de transgênicos e executaram a queima roupa o companheiro Valmir Mota de Oliveira, o Keno. Os feridos, Gentil Couto Viera, Jonas Gomes de Queiroz, Domingos Barretos, Izabel Nascimento de Souza e Hudson Cardin, foram encaminhados para os hospitais da região. Izabel, que ficou em coma, já está fora perigo, mas infelizmente perdeu a visão de um olho, devido ao tiro. Mais um episódio que causa indignação. Keno era um entre as centenas de militantes da Via Campesina, que há mais de um ano tornaram público ao Brasil e ao mundo, os crimes ambientais da Syngenta.
A tragédia, que tirou a vida de um jovem militante e pai de família, de 34 anos, chocou defensores da Reforma Agrária em todo o mundo, entrou para a ultrajante estatística das execuções sumárias ocorridas em conflito por terra no Brasil. Esse não foi o primeiro caso de assassinato de Sem Terra ocorrido no estado, ao contrário, o Paraná é um dos estados brasileiros com maior índice de violência contra trabalhadores rurais Sem Terra.
Em 2006 foram registrados 76 casos de conflito por terra no Paraná. Entre 1994 e 2002 ocorreram 16 assassinatos de trabalhadores rurais Sem Terra; 31 trabalhadores foram vítimas de atentados; 47 foram ameaçados de morte; sete foram vítimas de tortura e 324 ficaram feridos. Não houve punição dos mandantes ou executores dos crimes.
O próprio Keno e outros dois integrantes do MST, Celso Ribeiro Barbosa e Célia Lourenço, já haviam sido ameaçados de morte, como consta em Boletim de Ocorrência registrado em 28 de março deste ano. Por várias vezes, seguranças da Syngenta entraram no Assentamento Olga Benário, que fica ao lado da fazenda experimental, atirando para intimidar as famílias que ali moram.
Em cada região do estado, grupos de ruralistas se organizam para coibir com violência qualquer tentativa de se fazer Reforma Agrária. Na região Noroeste, existe a União Democrática Ruralista (UDR), presente também em outras regiões do país; na região Centro-Oeste foi criado o Primeiro Comando Rural (PCR); na região Oeste, é a Sociedade Rural do Oeste (SRO), liderada pelo latifundiário Alessandro Meneghel, o mesmo que, em abril, criou o Movimento dos Produtores Rurais (MPR). Os objetivos são: formar grupos paramilitares fortemente armados para assassinar camponeses e desmobilizar a luta dos movimentos sociais.
2 – CRIMES AMBIENTAIS DA SYNGENTA:
Em 2006, a transnacional Syngenta Seeds estava cultivando experimentos de sementes transgênicas, dentro da zona de amortecimento do Parque Nacional do Iguaçu, o que era proibido pela Lei de Biossegurança. Os experimentos transgênicos deveriam respeitar uma distância de 10 km de parques e unidades de conversação, e os cultivos transgênicos da empresa estavam a 6 km do Parque. A transnacional chegou a ser multada em R$ 1 milhão de reais, pelo IBAMA, por desrespeitar a Lei de Biossegurança, mas nunca pagou a dívida. A Syngenta Seeds utiliza a reserva da Mata Atlântica, contaminando a biodiversidade e produzindo poluentes que agridem o meio ambiente os seres humanos.
3 – UMA BREVE HISTÓRIA:
Em novembro de 2006 a área foi desapropriada por decreto n° 7487 do governador Roberto Requião (PMDB) e seria destinada à construção de um Centro Paranaense de Referência em Agroecologia, voltado para pesquisas e produção agroecológicas, para o abastecimento do mercado nacional.
A transnacional, no entanto, conseguiu por meio de liminares na Justiça a suspensão do decreto de desapropriação e o direito de reintegração da área (de 127 hectares), que havia sido ocupada – pela primeira vez – por 70 famílias da Via Campesina, em 14 de março de 2006.
4 – EXIGIMOS JUSTIÇA SOCIAL, JURÍDICA E AMBIENTAL:
I – Exigimos respeito à soberania nacional. Queremos que a Syngenta retorne ao seu país de origem, a Suíça; II – Exigimos o direito garantido na Constituição Brasileira: trabalhar na terra e produzir alimentos saudáveis, sem agrotóxicos e sem transgênicos; III – Punição para os mandantes e executores do assassinato do companheiro Keno e de todos os trabalhadores assassinados;IV – Desarmamento imediato das falsas empresas de segurança, contratadas e pagas pela Syngenta e ligadas ao agronegócio;V – Desapropriação imediata da área por crime ambiental e assassinato – cometidos pela Syngenta; VI – Garantia de segurança e proteção das vidas dos dirigentes Celso e Célia, e de todos os trabalhadores da Via Campesina na região. Não queremos mais sangue em terras brasileiras; VII – Que a Syngenta pague a divida de R$ 1 milhão de reais aos cofres públicos, por danos ambientais no estado do Paraná. VIII – Os camponeses seguem na luta para que o campo de experimento ilegal da Syngenta seja transformado em Centro de Agroecologia e reprodução de sementes crioulas para a agricultura familiar e a Reforma Agrária.O descaso das autoridades públicas, do Estado e do poder judiciário, em punir os responsáveis pelos assassinatos de Sem Terra, permite que os executores de Keno, Sebastião, Elias Meura, Anghinoni, Garibaldi, e de tantos outros mortos nos Massacres de do Camarazal (PE), Eldorado dos Carajás (PA), Felisburgo (MG), permaneçam livres, impunes e repetindo a história de mortes no campo.
Agradecemos à solidariedade recebida no Brasil e de todos os continentes. O compromisso e a luta continuam com a dor do sangue derramado.Reforma Agrária: Por Justiça Social e Soberania Popular!
Secretaria Nacional do MST

29.10.07

Que Loucura!

Tu conheces a "Cachorro Grande"???

Que Loucura.....

http://br.youtube.com/watch?v=3nmvuXWcnOU

6ª Bienal do MERCOSUL...

O melhor da arte da América do Sul

acesse...

http://www.bienalmercosul.art.br/

Niemeyer é 9º em lista que reúne 100 'gênios vivos'

O arquiteto brasileiro Oscar Niemeyer ficou em nono lugar numa lista que reúne os "100 maiores gênios vivos", compilada pela empresa de consultoria global Synectics. A lista considerou fatores como aclamação popular, poder intelectual, realizações e importância cultural para eleger os vencedores.

Segundo o documento divulgado pela consultoria, Niemeyer é um "dos nomes mais importantes da arquitetura moderna internacional e pioneiro por ter explorado as possibilidades de construção do concreto armado".
"Seus prédios têm formas tão dinâmicas e curvas tão sensuais que muitos admiradores dizem que mais do que um arquiteto, ele é um escultor de monumentos", diz o documento. Oscar Niemeyer, que completa 100 anos no próximo dia 15 de dezembro, é o autor de projetos de dezenas de edifícios construídos em Brasília, entre eles o Palácio da Alvorada, o Congresso Nacional e a Catedral de Brasília.
O arquiteto dividiu o nono lugar com o compositor americano Philip Glass e o matemático russo Grigory Perelman. A lista foi encabeçada pelo químico suíço Albert Hoffman, criador da droga LSD, que provocou uma revolução nos tratamentos psiquiátricos nos anos 40. Hoffman dividiu o primeiro lugar com o cientista de computação britânico Tim Berners-Lee, criador do domínio World Wide Web, conhecido como "www".
A listagem ainda contemplou personalidades como o megainvestidor americano George Soros (3º), o animador e criador da série Os Simpsons, Matt Groening (4º), Nelson Madela (5º), o físico inglês Steven Hawking (7º), o músico Daniel Barenboim (19º), o magnata das comunicações Rupert Murdoch (20º), o jogador russo de xadrez Garry Kasparov (25º), além do líder espiritual Dalai Lama (26º) e do cineasta americano Steven Spielberg (26º).

BBC Brasil

Festival Varadouro, no Acre: mais um caminho para o rock brasileiro

A edição 2007 do Festival Varadouro terá atrações de todas as regiões brasileiras e uma banda peruana dividindo os palcos do estacionamento do Arena da Floresta nos dias 19 e 20 de outubro com nove bandas acreanas. O festival, que este ano terá entrada gratuita, abrirá os portões a partir das 17h.O Varadouro chega à sua terceira edição no ritmo da crescente cena independente nacional, estabelecendo parcerias e ampliando sua área de atuação. Filiado à ABRAFIn e partícipe do Circuito Fora do Eixo, o Varadouro é uma realização do selo acreano Catraia Records em parceria com a Fundação Elias Mansour e conta com o apoio do Governo do Estado do Acre, da Tramavirtual e Cerveja Sol.
Esse caminho musical aberto em meio da vida urbana rodeada pela floresta assume um importante papel devido a estratégica localização do Acre. Estado mais a oeste do Brasil, limítrofe da Bolívia e do Peru, encravado no coração da Amazônia latino-americana, este pequeno grande lugar propicia a agregação de outros valores à sua produção musical e ao novos caminhos do ambiente musical brasileiro, no qual o Acre se inseriu nos últimos anos.
O Festival em 2007, da mesma forma que um dia deixou de ser Guerrilha para se tornar Varadouro, deixa de ser apenas um festival de música para impulsionar a integração da América Latina através da cultura e assumir definitivamente o papel de mola propulsora na discussão dos problemas ambientais que atingem o planeta através de sua programação de debates e da integração de outras manifestações artísticas em sua programação.
Para saber mais...

Filosofia Pura...

COMO OS DEUSES, OS GÊNIOS ENLOUQUECEM
AQUELES QUE QUEREM PERDER

AUTORAMAS...

No Youtube com AUTORAMAS

Mundo Moderno

http://br.youtube.com/watch?v=BVWHbJrEqNc

ARCTIC MONKEYS...

No Youtube com Arctic Monkeys

http://br.youtube.com/watch?v=NH-tMHShWC8

Som DUCA...

Senhoras, senhores... Com vocês VELVET UNDERGROUND e
Femme Fatale

http://br.youtube.com/watch?v=GgbxLxrr9jI

40 Anos do Disco do Velvet Underground (O disco da Banana)



Heroin (tradução) - Velvet Underground

Eu não sei exatamente onde estou indoMas eu estou tentando pelo reino, se eu puderPorque isto faz me sentir como se fosse um homemQuando eu pôr a estaca na minha veiaE eu direi a você, as coisas não são mais as mesmasQuando eu estou apressado em minha corridaE eu sinto como se fosse filho de JesusE eu acho que eu simplesmente não seiE eu acho que eu simplesmente não seiEu tenho que fazer a grande escolhaEu estou tentando destruir minha vidaPorque quando o sangue começar a jorrarQuando isto atirar e o pescoço penderQuando eu estiver chegando perto da morteE você não pode me ajudar agora, você caraE todas as suas doces meninas com suas doces conversasVocê todos podem ir dar uma voltaE eu acho que eu simplesmente não seiE eu acho que eu simplesmente não seiTomara que eu renasça mil anos atrasTomara que eu esteja navegando no mar escurecidoEm um grande barco a velaIndo desta terra aqui para aquelaEm uma roupa de marinheiro e chapeuLonge da cidade grandeOnde um homem não pode ser livreDe todo o mal desta cidadeE dele proprio, e daqueles a sua voltaOh, e eu acho que eu simplesmente não seiOh, e eu acho que eu simplesmente não seiHeroina, é a morte para mimHeroina, isto é minha esposa e isto é minha vidaPorque um caminho para minha veiaconduzindo ao centro da minha cabeçaE então eu estarei melhor e mortoBecause when the smack begins to flowPorque quando o beijo começa a correrEu realmente não me preocupo com mais nadaCom todo o Jim-Jim's nessa cidadeE todos os politicos fazendo sons malucosE todo o mundo botando todo o mundo a baixoE todos os corpos mortos empilhados em montesPorque quando o beijo começa a correrEntão eu realmente não me preocupo com mais nadaAh, quando a heroina esta no meu sangueE este sangue está na minha cabeçaEntão agradeço a Deus que eu estou tão melhor mortoEntão agradeço a Deus que eu não estou sabendoE agradeço a Deus que eu apenas não me importoE eu acho que eu siplesmente não seiE eu acho que eu simplesmente não sei

Dia Nacional do Livro...

O dia 29 de outubro foi escolhido para ser o “Dia Nacional do Livro” por ser a data de aniversário da fundação da Biblioteca Nacional, que nasceu com a transferência da Real Biblioteca portuguesa para o Brasil.
Seu acervo de 60 mil peças, entre livros, manuscritos, mapas, moedas, medalhas, etc., ficava acomodado nas salas do Hospital da Ordem Terceira do Carmo, no Rio de Janeiro.
A biblioteca foi transferida em 29 de outubro de 1810 e essa passou a ser a data oficial de sua fundação.
Conheça outras informações sobre o livro, clicando nos links abaixo.
Períodos editoriais

Vozes Dissonantes - TROPICALISMO - 40 anos

O Tropicalismo foi um movimento de ruptura que sacudiu o ambiente da música popular e da cultura brasileira entre 1967 e 1968. Seus participantes formaram um grande coletivo, cujos destaques foram os cantores-compositores Caetano Veloso e Gilberto Gil, além das participações da cantora Gal Costa e do cantor-compositor Tom Zé, da banda Mutantes, e do maestro Rogério Duprat. A cantora Nara Leão e os letristas José Carlos Capinan e Torquato Neto completaram o grupo, que teve também o artista gráfico, compositor e poeta Rogério Duarte como um de seus principais mentores intelectuais.

Os tropicalistas deram um histórico passo à frente no meio musical brasileiro. A música brasileira pós-Bossa Nova e a definição da “qualidade musical” no País estavam cada vez mais dominadas pelas posições tradicionais ou nacionalistas de movimentos ligados à esquerda. Contra essas tendências, o grupo baiano e seus colaboradores procuram universalizar a linguagem da MPB, incorporando elementos da cultura jovem mundial, como o rock, a psicodelia e a guitarra elétrica. Ao mesmo tempo, sintonizaram a eletricidade com as informações da vanguarda erudita por meio dos inovadores arranjos de maestros como Rogério Duprat, Júlio Medaglia e Damiano Cozzela. Ao unir o popular, o pop e o experimentalismo estético, as idéias tropicalistas acabaram impulsionando a modernização não só da música, mas da própria cultura nacional.




Seguindo a melhor das tradições dos grandes compositores da Bossa Nova e incorporando novas informações e referências de seu tempo, o Tropicalismo renovou radicalmente a letra de música. Letristas e poetas, Torquato Neto e Capinan compuseram com Gilberto Gil e Caetano Veloso trabalhos cuja complexidade e qualidade foram marcantes para diferentes gerações. Os diálogos com obras literárias como as de Oswald de Andrade ou dos poetas concretistas elevaram algumas composições tropicalistas ao status de poesia. Suas canções compunham um quadro crítico e complexo do País – uma conjunção do Brasil arcaico e suas tradições, do Brasil moderno e sua cultura de massa e até de um Brasil futurista, com astronautas e discos voadores. Elas sofisticaram o repertório de nossa música popular, instaurando em discos comerciais procedimentos e questões até então associados apenas ao campo das vanguardas conceituais.


Sincrético e inovador, aberto e incorporador, o Tropicalismo misturou rock mais bossa nova, mais samba, mais rumba, mais bolero, mais baião. Sua atuação quebrou as rígidas barreiras que permaneciam no País. Pop x folclore. Alta cultura x cultura de massas. Tradição x vanguarda. Essa ruptura estratégica aprofundou o contato com formas populares ao mesmo tempo em que assumiu atitudes experimentais para a época.


Discos antológicos foram produzidos, como a obra coletiva Tropicália ou Panis et Circensis e os primeiros discos de Caetano Veloso e Gilberto Gil. Enquanto Caetano entra em estúdio ao lado dos maestros Júlio Medaglia e Damiano Cozzela, Gil grava seu disco com os arranjos de Rogério Duprat e da banda os Mutantes. Nesses discos, se registrariam vários clássicos, como as canções-manifesto “Tropicália” (Caetano) e “Geléia Geral” (Gil e Torquato). A televisão foi outro meio fundamental de atuação do grupo – principalmente os festivais de música popular da época. A eclosão do movimento deu-se com as ruidosas apresentações, em arranjos eletrificados, da marcha “Alegria, alegria”, de Caetano, e da cantiga de capoeira “Domingo no parque”, de Gilberto Gil, no III Festival de MPB da TV Record, em 1967.
Irreverente, a Tropicália transformou os critérios de gosto vigentes, não só quanto à música e à política, mas também à moral e ao comportamento, ao corpo, ao sexo e ao vestuário. A contracultura hippie foi assimilada, com a adoção da moda dos cabelos longos encaracolados e das roupas escandalosamente coloridas.


O movimento, libertário por excelência, durou pouco mais de um ano e acabou reprimido pelo governo militar. Seu fim começou com a prisão de Gil e Caetano, em dezembro de 1968. A cultura do País, porém, já estava marcada para sempre pela descoberta da modernidade e dos trópicos.

Saiba mais... acesse

www.tropicalia.com.br

26.10.07

Bráulio Tavares...

Bráulio Tavares é escritor, compositor, estudou cinema na Escola Superior de Cinema da Universidade Católica de Minas Gerais, é Pesquisador de literatura fantástica, compilou a primeira bibliografia do gênero na literatura brasileira, o Fantastic, Fantasy and Science Fiction Literature Catalog (Fundação Biblioteca Nacional, Rio, 1992). Publicou A máquina voadora, em 1994 e A espinha dorsal da memória, em 1996.
Trocando em miúdos, é um paraibano com muita bagagem e de opiniões fortes e respeitadas. É um conhecedor da cultura nordestina com destaque para a paraibana e por isso se destaca. É um curioso que conhece o mundo e fala dele. Vamos conhece-lo um pouco mais.
Paraiba.com.br- Bráulio, crítico de cinema, escritor, cantador, poeta... como é que podemos classificar você?Bráulio Tavares- Sou escritor. Todo o resto é apenas uma forma a mais de divulgar as coisas que penso.
Paraiba.com.br- Na verdade você é mais conhecido como defensor da cultura paraibana e nordestina. Como é viver longe da Paraíba?Bráulio Tavares- Não me considero propriamente um defensor, até porque a cultura paraibana e nordestina é algo cultivado por dezenas de milhões de pessoas e até hoje tem se defendido muito bem sozinha. O que acontece é que nasci dentro desta cultura, vivi a vida inteira mergulhado nela, acho-a de uma riqueza e de uma beleza imensas. E eu sempre falo a respeito das coisas que gosto. Também sou "defendor", neste sentido, na ficção científica européia, do folk-rock americano, do cinema francês e assim por diante. Eu elogio as coisas de que gosto.
Não vivo assim tão longe da Paraíba. Moro no Rio há 20 anos, mas vivo cercado, também de amigos paraibanos, de livros e discos paraibanos. Tenho uma coluna diária no "Jornal da Paraíba" desde março de 2003, para a qual já produzi mais de 200 artigos sobre todo tipo de assunto. Vivo conectado com a Paraíba.
Paraiba.com.br- O que te fez sair do seu estado?Bráulio Tavares- Sou meio cigano, gosto de conhecer outros lugares, outras culturas. Tenho uma tristeza muito grande por nunca ter morado fora do Brasil; tive algumas chances, mas não fiz essa opção. Hoje ficou meio difícil. Eu não deixei a Paraíba porque a Paraíba me negava oportunidades. Pelo contrário. Se tivesse ficado, estaria hoje muito mais bem de vida do que estou. Saí da Paraíba por curiosidade. Quando eu era pequeno, minha mãe cantava uma cantiga cujo autor desconheço, e que dizia: "Deixei minha terra sem necessidade / só por ter vontade do mundo conhecer. / Fui dar um passeio no Vasto Composto; / já saí disposto gozar e sofrer." Acho que o Vasto Composto é o Mundo. Ele é o meu interesse principal.
Paraiba.com.br- Há quanto tempo você não vem à Paraíba?Bráulio Tavares- Vou à Paraíba todos os anos, mais de uma vez até. Em janeiro deste ano passei uma semana, em fevereiro passei 15 dias, em junho passei uma semana (no São João de Campina Grande) e agora em novembro passei mais uma semana, participando do IX FENART em João Pessoa.
Paraiba.com.br- Como anda a produção cultural paraibana na sua opinião?Bráulio Tavares- Muito boa, principalmente nas áreas da música e do cinema, onde há um momento positivo para o lado da produção industrial em pequena escala. Muitos artistas jovens, muita gente fazendo um trabalho de qualidade. Literatura, poesia e teatro, estão num segundo plano em relação a estas duas atividades, mas são artes onde a Paraíba sempre se destacou, nunca há uma queda de nível.
Paraiba.com.br- Tem algum artista que se destaca no nordeste?Bráulio Tavares- Tem muitos, centenas, em todos os campos.
Paraiba.com.br- A maioria dos nossos entrevistados nasceram ou vivem em João Pessoa e por isso sempre indicam praias como pontos turísticos preferidos. Sendo de Campina Grande talvez você possa indicar alguns lugares interessantes na Rainha da Borborema. Que lugares você indicaria para quem vem conhecer a Paraíba?Bráulio Tavares- Se o turista vem no verão, eu sugiro conhecer João Pessoa e a partir dela todo o litoral para o norte e para o sul. Se ele vem no inverno, sugiro que venha durante a época de São João, participe do São João de Campina Grande, e procure conhecer sítios históricos (como Areia) e arqueológicos, como a Pedra do Ingá.
Paraiba.com.br- Aproveite e indique alguns artistas para os nossos leitores também. Músicos, escritores, poetas, qualquer tipo de arte vale.Bráulio Tavares- Essas indicações são sempre subjetivas. Eu chamaria a atenção para o CD "Vem no Vento" do Jaguaribe Carne, que sintetiza um trabalho de mais de 20 anos de vanguarda poética e musical na Paraíba, e ao mesmo tempo é um disco que poderia tocar em qualquer rádio. Indico as pesquisas de Altimar Pimentel com os contadores de histórias populares, na série "Estórias de Luzia Tereza", uma mulher, já falecida, que sabia centenas de histórias de Trancoso, que foram gravadas pelos pesquisadores da UFPb. O livro "Cantadores, Repentistas e Poetas Populares", de José Alves Sobrinho, um trabalho cheio de informações preciosas sobre nossa poesia popular. E o trabalhos de grupos como As Parêa (que acabou de lançar seu primeiro CD), Cabruêra e Chico Corrêa, que fazem uma mistura muito interessante de ritmos populares e sonoridades contemporâneas.