Há Bala... Ah! Bola
* Por Fred
* Por Fred
“Roda, roda, roda baleiro atenção – Quando o baleiro parar – ponha a mão – pegue a bala mais gostosa do Planeta – Não deixe que a sorte se intrometa...”.
O garoto chega entediado da escola. São 12h30, a mãe preocupada diz que a comida está posta: - venha logo comer; lave as mãos e venha comer!
- mãe, estou sem fome – hoje teve macarrão na merenda, até repeti...estou sem fome!
A mãe, automaticamente começa a recolher a comida posta à mesa.
- filho, faz um favor então, vá até o mercado, entregue esse número a garota que toma conta do guarda-volumes e traga às coisas que lá esqueci. Minha cabeça anda daquele jeito. Só não a esqueço porque a mesma está grudada. Vá o quanto antes, tome dois reais e compre umas balas pra você.
O garoto, depois de guardar o material escolar, diz à mãe que já está indo e todo cheio, já pensa no deleite de sorver gostosas balas.
O caminho da casa ao mercado é razoavelmente curto e no seu ímpeto de garoto que é o tempo do trajeto menor ainda parece.
O mercado que ficava no centro da cidade é movimentado. Os moradores diziam ser ali o shopping, pois a cidade mediana, não comportava tamanho investimento.
Ansioso para ir até a gôndola das balas e doces, passa pelo guarda-volumes, entrega o número à garota e diz que após a compra volta para pegar a encomenda da mãe. A atendente preocupada diz: - não vá se esquecer hem!
O estoque de balas é grande. Com a globalização, balas de todos os países são expostas. Balas duras, recheadas, de sabores variados, embaladas em pacotes coloridos, os quais deixam à mostra um brilho doce nos olhos do garoto.
Logo após, surpreso, vira-se ao ser tocado nas costas.
- hei, eu tava mesmo te procurando. Fui até a sua casa e sua mãe disse que você ia estar por aqui. Pediu inclusive que eu dissesse para que não esqueça os pacotes que ela deixou no guarda-volumes. – ai, a minha mãe é muito chata, eu sei o que eu aqui vim fazer!
- você viu quanta coisa gostosa. Tô encantado. Escolheu um dos pacotes e saiu com o amigo, em direção ao caixa.
- mas o que houve, porque você veio me procurar? – vim te chamar para um jogo ali no campinho. – eu vou, mas e a encomenda da minha mãe? – leva lá pro campinho, disse o amigo. – não e se alguém mecher ou pegar, a minha mãe me mata.
Já sei vou deixar no guarda-volumes. Jogo um pouco e depois volto pra pegar. – você quem sabe, diz o amigo. Passou pelo caixa, abriu o pacote de balas, deu um pouco para o amigo e lá foram em direção ao campinho.
Lá chegando à frustração dos garotos foi grande, haja vista, a quantidade de garotos que de fora olhavam o jogo em andamento.
Pensaram em ir embora, mas o que fazer para sair do tédio, naquele dia ensolarado, se não uma emocionante pelada. Decidiram ficar e assim a tarde foi sendo consumida com jogadas brilhantes, belos gols e também mostras de que muitos que ali estavam nada sabiam de futebol.
Enfim, chegou à vez dos dois garotos mostrarem a que vieram. Foram informados que ganhando, permaneceriam jogando até que se esgotassem totalmente.
E o tempo passa... Vão ganhando, fazendo gols, jogadas homéricas, mesmo em jogos difíceis as vitórias não param.
A tarde caía e os dois amigos, sem conhecer a derrota, continuavam jogando.
Com o entardecer e a escuridão, o garoto, enfim, voltou a sua realidade de atleta interiorano, sem fama e toda aquela grana que recebem os Ronaldos, Kakás, Robinhos – ele mesmo muitas vezes pensou na discrepância dos valores que acabam sendo pagos a esses e outros jogadores, sendo que ao mesmo tempo pessoas no Brasil e no mundo, morrem de fome e vivem a mercê do descaso.
Preocupado com a hora, despede-se de todos e mesmo cansado, corre em direção ao mercado.
O desespero e a apreensão tomam conta do garoto, ao ver que todas as portas do mercado já estavam fechadas.
Sentando-se na calçada, em frente ao mercado, pensa no que vai falar a mãe;... Fala a verdade, mente – diz que tudo bem... Que amanhã ao chegar da escola ele pega os pacotes. É isso!
Lembra-se que em seu bolso ainda havia balas. Pega algumas, sai chupando e é tomado de uma grande incerteza... HÁ BALA... AH! BOLA.
Fred escritor/jornalista MTB 46.265
O garoto chega entediado da escola. São 12h30, a mãe preocupada diz que a comida está posta: - venha logo comer; lave as mãos e venha comer!
- mãe, estou sem fome – hoje teve macarrão na merenda, até repeti...estou sem fome!
A mãe, automaticamente começa a recolher a comida posta à mesa.
- filho, faz um favor então, vá até o mercado, entregue esse número a garota que toma conta do guarda-volumes e traga às coisas que lá esqueci. Minha cabeça anda daquele jeito. Só não a esqueço porque a mesma está grudada. Vá o quanto antes, tome dois reais e compre umas balas pra você.
O garoto, depois de guardar o material escolar, diz à mãe que já está indo e todo cheio, já pensa no deleite de sorver gostosas balas.
O caminho da casa ao mercado é razoavelmente curto e no seu ímpeto de garoto que é o tempo do trajeto menor ainda parece.
O mercado que ficava no centro da cidade é movimentado. Os moradores diziam ser ali o shopping, pois a cidade mediana, não comportava tamanho investimento.
Ansioso para ir até a gôndola das balas e doces, passa pelo guarda-volumes, entrega o número à garota e diz que após a compra volta para pegar a encomenda da mãe. A atendente preocupada diz: - não vá se esquecer hem!
O estoque de balas é grande. Com a globalização, balas de todos os países são expostas. Balas duras, recheadas, de sabores variados, embaladas em pacotes coloridos, os quais deixam à mostra um brilho doce nos olhos do garoto.
Logo após, surpreso, vira-se ao ser tocado nas costas.
- hei, eu tava mesmo te procurando. Fui até a sua casa e sua mãe disse que você ia estar por aqui. Pediu inclusive que eu dissesse para que não esqueça os pacotes que ela deixou no guarda-volumes. – ai, a minha mãe é muito chata, eu sei o que eu aqui vim fazer!
- você viu quanta coisa gostosa. Tô encantado. Escolheu um dos pacotes e saiu com o amigo, em direção ao caixa.
- mas o que houve, porque você veio me procurar? – vim te chamar para um jogo ali no campinho. – eu vou, mas e a encomenda da minha mãe? – leva lá pro campinho, disse o amigo. – não e se alguém mecher ou pegar, a minha mãe me mata.
Já sei vou deixar no guarda-volumes. Jogo um pouco e depois volto pra pegar. – você quem sabe, diz o amigo. Passou pelo caixa, abriu o pacote de balas, deu um pouco para o amigo e lá foram em direção ao campinho.
Lá chegando à frustração dos garotos foi grande, haja vista, a quantidade de garotos que de fora olhavam o jogo em andamento.
Pensaram em ir embora, mas o que fazer para sair do tédio, naquele dia ensolarado, se não uma emocionante pelada. Decidiram ficar e assim a tarde foi sendo consumida com jogadas brilhantes, belos gols e também mostras de que muitos que ali estavam nada sabiam de futebol.
Enfim, chegou à vez dos dois garotos mostrarem a que vieram. Foram informados que ganhando, permaneceriam jogando até que se esgotassem totalmente.
E o tempo passa... Vão ganhando, fazendo gols, jogadas homéricas, mesmo em jogos difíceis as vitórias não param.
A tarde caía e os dois amigos, sem conhecer a derrota, continuavam jogando.
Com o entardecer e a escuridão, o garoto, enfim, voltou a sua realidade de atleta interiorano, sem fama e toda aquela grana que recebem os Ronaldos, Kakás, Robinhos – ele mesmo muitas vezes pensou na discrepância dos valores que acabam sendo pagos a esses e outros jogadores, sendo que ao mesmo tempo pessoas no Brasil e no mundo, morrem de fome e vivem a mercê do descaso.
Preocupado com a hora, despede-se de todos e mesmo cansado, corre em direção ao mercado.
O desespero e a apreensão tomam conta do garoto, ao ver que todas as portas do mercado já estavam fechadas.
Sentando-se na calçada, em frente ao mercado, pensa no que vai falar a mãe;... Fala a verdade, mente – diz que tudo bem... Que amanhã ao chegar da escola ele pega os pacotes. É isso!
Lembra-se que em seu bolso ainda havia balas. Pega algumas, sai chupando e é tomado de uma grande incerteza... HÁ BALA... AH! BOLA.
Fred escritor/jornalista MTB 46.265
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