Bráulio Tavares é escritor, compositor, estudou cinema na Escola Superior de Cinema da Universidade Católica de Minas Gerais, é Pesquisador de literatura fantástica, compilou a primeira bibliografia do gênero na literatura brasileira, o Fantastic, Fantasy and Science Fiction Literature Catalog (Fundação Biblioteca Nacional, Rio, 1992). Publicou A máquina voadora, em 1994 e A espinha dorsal da memória, em 1996.
Trocando em miúdos, é um paraibano com muita bagagem e de opiniões fortes e respeitadas. É um conhecedor da cultura nordestina com destaque para a paraibana e por isso se destaca. É um curioso que conhece o mundo e fala dele. Vamos conhece-lo um pouco mais.
Paraiba.com.br- Bráulio, crítico de cinema, escritor, cantador, poeta... como é que podemos classificar você?Bráulio Tavares- Sou escritor. Todo o resto é apenas uma forma a mais de divulgar as coisas que penso.
Paraiba.com.br- Na verdade você é mais conhecido como defensor da cultura paraibana e nordestina. Como é viver longe da Paraíba?Bráulio Tavares- Não me considero propriamente um defensor, até porque a cultura paraibana e nordestina é algo cultivado por dezenas de milhões de pessoas e até hoje tem se defendido muito bem sozinha. O que acontece é que nasci dentro desta cultura, vivi a vida inteira mergulhado nela, acho-a de uma riqueza e de uma beleza imensas. E eu sempre falo a respeito das coisas que gosto. Também sou "defendor", neste sentido, na ficção científica européia, do folk-rock americano, do cinema francês e assim por diante. Eu elogio as coisas de que gosto.
Não vivo assim tão longe da Paraíba. Moro no Rio há 20 anos, mas vivo cercado, também de amigos paraibanos, de livros e discos paraibanos. Tenho uma coluna diária no "Jornal da Paraíba" desde março de 2003, para a qual já produzi mais de 200 artigos sobre todo tipo de assunto. Vivo conectado com a Paraíba.
Paraiba.com.br- O que te fez sair do seu estado?Bráulio Tavares- Sou meio cigano, gosto de conhecer outros lugares, outras culturas. Tenho uma tristeza muito grande por nunca ter morado fora do Brasil; tive algumas chances, mas não fiz essa opção. Hoje ficou meio difícil. Eu não deixei a Paraíba porque a Paraíba me negava oportunidades. Pelo contrário. Se tivesse ficado, estaria hoje muito mais bem de vida do que estou. Saí da Paraíba por curiosidade. Quando eu era pequeno, minha mãe cantava uma cantiga cujo autor desconheço, e que dizia: "Deixei minha terra sem necessidade / só por ter vontade do mundo conhecer. / Fui dar um passeio no Vasto Composto; / já saí disposto gozar e sofrer." Acho que o Vasto Composto é o Mundo. Ele é o meu interesse principal.
Paraiba.com.br- Há quanto tempo você não vem à Paraíba?Bráulio Tavares- Vou à Paraíba todos os anos, mais de uma vez até. Em janeiro deste ano passei uma semana, em fevereiro passei 15 dias, em junho passei uma semana (no São João de Campina Grande) e agora em novembro passei mais uma semana, participando do IX FENART em João Pessoa.
Paraiba.com.br- Como anda a produção cultural paraibana na sua opinião?Bráulio Tavares- Muito boa, principalmente nas áreas da música e do cinema, onde há um momento positivo para o lado da produção industrial em pequena escala. Muitos artistas jovens, muita gente fazendo um trabalho de qualidade. Literatura, poesia e teatro, estão num segundo plano em relação a estas duas atividades, mas são artes onde a Paraíba sempre se destacou, nunca há uma queda de nível.
Paraiba.com.br- Tem algum artista que se destaca no nordeste?Bráulio Tavares- Tem muitos, centenas, em todos os campos.
Paraiba.com.br- A maioria dos nossos entrevistados nasceram ou vivem em João Pessoa e por isso sempre indicam praias como pontos turísticos preferidos. Sendo de Campina Grande talvez você possa indicar alguns lugares interessantes na Rainha da Borborema. Que lugares você indicaria para quem vem conhecer a Paraíba?Bráulio Tavares- Se o turista vem no verão, eu sugiro conhecer João Pessoa e a partir dela todo o litoral para o norte e para o sul. Se ele vem no inverno, sugiro que venha durante a época de São João, participe do São João de Campina Grande, e procure conhecer sítios históricos (como Areia) e arqueológicos, como a Pedra do Ingá.
Paraiba.com.br- Aproveite e indique alguns artistas para os nossos leitores também. Músicos, escritores, poetas, qualquer tipo de arte vale.Bráulio Tavares- Essas indicações são sempre subjetivas. Eu chamaria a atenção para o CD "Vem no Vento" do Jaguaribe Carne, que sintetiza um trabalho de mais de 20 anos de vanguarda poética e musical na Paraíba, e ao mesmo tempo é um disco que poderia tocar em qualquer rádio. Indico as pesquisas de Altimar Pimentel com os contadores de histórias populares, na série "Estórias de Luzia Tereza", uma mulher, já falecida, que sabia centenas de histórias de Trancoso, que foram gravadas pelos pesquisadores da UFPb. O livro "Cantadores, Repentistas e Poetas Populares", de José Alves Sobrinho, um trabalho cheio de informações preciosas sobre nossa poesia popular. E o trabalhos de grupos como As Parêa (que acabou de lançar seu primeiro CD), Cabruêra e Chico Corrêa, que fazem uma mistura muito interessante de ritmos populares e sonoridades contemporâneas.
Trocando em miúdos, é um paraibano com muita bagagem e de opiniões fortes e respeitadas. É um conhecedor da cultura nordestina com destaque para a paraibana e por isso se destaca. É um curioso que conhece o mundo e fala dele. Vamos conhece-lo um pouco mais.
Paraiba.com.br- Bráulio, crítico de cinema, escritor, cantador, poeta... como é que podemos classificar você?Bráulio Tavares- Sou escritor. Todo o resto é apenas uma forma a mais de divulgar as coisas que penso.
Paraiba.com.br- Na verdade você é mais conhecido como defensor da cultura paraibana e nordestina. Como é viver longe da Paraíba?Bráulio Tavares- Não me considero propriamente um defensor, até porque a cultura paraibana e nordestina é algo cultivado por dezenas de milhões de pessoas e até hoje tem se defendido muito bem sozinha. O que acontece é que nasci dentro desta cultura, vivi a vida inteira mergulhado nela, acho-a de uma riqueza e de uma beleza imensas. E eu sempre falo a respeito das coisas que gosto. Também sou "defendor", neste sentido, na ficção científica européia, do folk-rock americano, do cinema francês e assim por diante. Eu elogio as coisas de que gosto.
Não vivo assim tão longe da Paraíba. Moro no Rio há 20 anos, mas vivo cercado, também de amigos paraibanos, de livros e discos paraibanos. Tenho uma coluna diária no "Jornal da Paraíba" desde março de 2003, para a qual já produzi mais de 200 artigos sobre todo tipo de assunto. Vivo conectado com a Paraíba.
Paraiba.com.br- O que te fez sair do seu estado?Bráulio Tavares- Sou meio cigano, gosto de conhecer outros lugares, outras culturas. Tenho uma tristeza muito grande por nunca ter morado fora do Brasil; tive algumas chances, mas não fiz essa opção. Hoje ficou meio difícil. Eu não deixei a Paraíba porque a Paraíba me negava oportunidades. Pelo contrário. Se tivesse ficado, estaria hoje muito mais bem de vida do que estou. Saí da Paraíba por curiosidade. Quando eu era pequeno, minha mãe cantava uma cantiga cujo autor desconheço, e que dizia: "Deixei minha terra sem necessidade / só por ter vontade do mundo conhecer. / Fui dar um passeio no Vasto Composto; / já saí disposto gozar e sofrer." Acho que o Vasto Composto é o Mundo. Ele é o meu interesse principal.
Paraiba.com.br- Há quanto tempo você não vem à Paraíba?Bráulio Tavares- Vou à Paraíba todos os anos, mais de uma vez até. Em janeiro deste ano passei uma semana, em fevereiro passei 15 dias, em junho passei uma semana (no São João de Campina Grande) e agora em novembro passei mais uma semana, participando do IX FENART em João Pessoa.
Paraiba.com.br- Como anda a produção cultural paraibana na sua opinião?Bráulio Tavares- Muito boa, principalmente nas áreas da música e do cinema, onde há um momento positivo para o lado da produção industrial em pequena escala. Muitos artistas jovens, muita gente fazendo um trabalho de qualidade. Literatura, poesia e teatro, estão num segundo plano em relação a estas duas atividades, mas são artes onde a Paraíba sempre se destacou, nunca há uma queda de nível.
Paraiba.com.br- Tem algum artista que se destaca no nordeste?Bráulio Tavares- Tem muitos, centenas, em todos os campos.
Paraiba.com.br- A maioria dos nossos entrevistados nasceram ou vivem em João Pessoa e por isso sempre indicam praias como pontos turísticos preferidos. Sendo de Campina Grande talvez você possa indicar alguns lugares interessantes na Rainha da Borborema. Que lugares você indicaria para quem vem conhecer a Paraíba?Bráulio Tavares- Se o turista vem no verão, eu sugiro conhecer João Pessoa e a partir dela todo o litoral para o norte e para o sul. Se ele vem no inverno, sugiro que venha durante a época de São João, participe do São João de Campina Grande, e procure conhecer sítios históricos (como Areia) e arqueológicos, como a Pedra do Ingá.
Paraiba.com.br- Aproveite e indique alguns artistas para os nossos leitores também. Músicos, escritores, poetas, qualquer tipo de arte vale.Bráulio Tavares- Essas indicações são sempre subjetivas. Eu chamaria a atenção para o CD "Vem no Vento" do Jaguaribe Carne, que sintetiza um trabalho de mais de 20 anos de vanguarda poética e musical na Paraíba, e ao mesmo tempo é um disco que poderia tocar em qualquer rádio. Indico as pesquisas de Altimar Pimentel com os contadores de histórias populares, na série "Estórias de Luzia Tereza", uma mulher, já falecida, que sabia centenas de histórias de Trancoso, que foram gravadas pelos pesquisadores da UFPb. O livro "Cantadores, Repentistas e Poetas Populares", de José Alves Sobrinho, um trabalho cheio de informações preciosas sobre nossa poesia popular. E o trabalhos de grupos como As Parêa (que acabou de lançar seu primeiro CD), Cabruêra e Chico Corrêa, que fazem uma mistura muito interessante de ritmos populares e sonoridades contemporâneas.
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