28.12.06

Pessoalllllllllllllllll
desculpem a minha falha... saí de férias e esqueci de avisar vocês.
Sabem, também sou filho de Deus e coisa e tal!
Não desistam. Por gentileza não tirem o meu blog da sua sessão de "favoritos", já estarei de volta e retomamos essa similaridade.
Por enquanto desejo sorte, saúde e paz em 2007!
Abraços mil nos 506 anos BRASIL!
Fred/verão/06 quase 2007

8.12.06

Em homens e mulheres

Na veia
Secretados pelas gônadas (testículos e ovários), os hormônios sexuais entram pela corrente sangüínea e chegam ao cérebro. De lá, geram impulsos para todo o corpo.

Zuzo bem...
Quando alguém está apaixonado, o cérebro passa a liberar substâncias que provocam a sensação de bem estar. Entre elas está a serotonina, que controla o humor, a ansiedade, o apetite e o sono. Há maior descarga de endorfina, que causa aquela sensação de relaxamento. "É o mesmo tipo de relax que sentimos ao final de uma corrida", compara o psiquiatra Giancarlo Spizirri. As preliminares, por exemplo, ajudam nessa liberação, pois atuam como um relaxante muscular.

Onde estou? Quem sou eu?
Por causa da ação dos hormônios, uma pessoa apaixonada pode ficar mais distraída e passar o tempo todo suspirando.

Três vivas para mim!
Quem está atraído por outra pessoa pode ter reações opostas à apatia e se mostrar bem mais animado. "Parece que o sol brilha mais para quem está apaixonado!", brinca o psicólogo Ailton Amélio. Ou seja, uma paixão pode ajudar a pôr um fim em sentimentos como ansiedade, depressão, solidão e medo. O organismo também parece ficar mais jovem com o tempo. Uma pesquisa norte-americana com estudantes universitários mostrou que o prazer estimula a auto-estima e motiva a pessoa a partir em busca dos próprios objetivos.

Tum-tum-tum! Bateu!
Por causa da liberação de adrenalina, o coração bate mais forte, palpita com excitação. É o mesmo tipo de reação que acontece quando alguém está em perigo. "Paixão assusta!", diz Giancarlo Spizzirri.

Oxigênio para o sangue
Em repouso, uma pessoa respira, em média, 15 vezes por minuto. Quando está excitada, esse número sobe para 40 vezes. Com isso, o oxigênio circula melhor pelo corpo, isto é, o prazer pode estimular a circulação sangüínea, fazendo com que o sangue leve substâncias nutritivas aos órgãos vitais. As sobras de gás carbônico são eliminadas e o sangue ainda se recicla.

Sorriso nada maroto
Segundo uma pesquisa realizada em 1985 na Universidade de Washington (EUA), o sorriso mais característico de quem está sentindo atração amorosa é o de boca aberta, "aquele que mostra os dentes da arcada inferior e da superior", diz o psicólogo Ailton Amélio.

Olhos só para você
Segundo o psicólogo Ailton Amélio, várias pesquisas mostram que nossa pupilas se dilatam quando vemos algo que nos chama a atenção. A mesma coisa acontece quando nos atraímos por alguém. "Ao olhar para a face do interlocutor, tendemos a concentrar por mais tempo a nossa atenção na região dos seus olhos e de sua boca", diz o psicólogo.

Pele macia
A pele tem receptores que, estimulados, fazem com que a gente aproveite melhor as substâncias que chegam a ela. Entre as substâncias está um ácido que retém a molécula de água na cútis e a mantém hidratada. A excitação física também eleva o nível do estrógeno, hormônio que deixa a pele macia e ajuda a deixar o cabelo mais volumoso.

De olho na balança
O prazer de uma paixão pode ajudar o bom funcionamento da tireóide. Por outro lado, quando ela trabalha aquém do esperado, a libido diminui, a sensação de frio no corpo aumenta e há um aumento de peso. Quando está superativada, a pessoa fica sem energia e com aquela sensação de febre.
Cidades solidárias

Para o economista canadense Ross Jackson, precisamos desenvolver o sentindo de comunidade.
Nas próximas décadas, a humanidade estará caminhando para uma vida mais simples. Homens e mulheres vão se organizar em pequenas comunidades integradas ao meio ambiente, com base em relações solidárias. Um dos principais pregadores dessa idéia é o economista canadense Ross Jackson,67 anos, fundador da entidade Gaia Trust e incentivador do movimento mundial de ecovilas – termo usado para designar essas pequenas comunidades, que já começam a se multiplicar pelo mundo. A evolução para esse estágio, entretanto, não será fácil: Jackson acredita que a mudança para o novo paradigma será acompanhada, sim, de muita dificuldade, privação e sofrimento.
Radicado na Dinamarca desde 1970, J.T. Ross Jackson é Ph.D. em economia e viaja pelo mundo difundindo idéias que provocam calafrios nos economistas tradicionais. Para ele, o responsável pela crise mundial de hoje é o sistema econômico que tem seus alicerces na Organização Mundial do Comércio (OMC) e no Fundo Monetário Internacional (FMI). Se algumas nações se encorajarem a liderar a formação de novas alianças com políticas mais apropriadas e igualitárias, estaremos iniciando a caminhada para um mundo mais justo e solidário.Uma das possíveis lideranças para esse movimento, segundo avalia, seria o Brasil.
O senhor afirma que a humanidade está chegando ao colapso. Qual é o retrato que o senhor faz da nossa sociedade hoje e quais os caminhos para superar todos esses problemas?Se um ser extraterrestre chegasse à Terra hoje, ele encontraria um mundo sem governança global, assolado pela fome, pela guerra e pelo terrorismo, com distribuição desigual de renda e no meio de uma séria crise ambiental. O crescimento populacional é desordenado e insustentável. Estamos realmente à beira de um colapso. Para superarmos a crise, eu vejo duas estratégias: uma de cima para baixo, baseada em mudanças no pensamento econômico mundial, e outra de baixo para cima, que consiste na mudança de paradigma no nível micro, com organizações sociais mais simples e solidárias.
É possível definir o momento histórico em que essa crise começou? O colapso não começou da noite para o dia, mas é perceptível que o agravamento ocorreu a partir de 1970. Hoje se considera o Produto Interno Bruto (PIB) como um indicador de sucesso, mas é preciso também considerar o Indicador de Processo Genuíno (IPG), que subtrai os aspectos negativos dos processos – como geração de resíduos, riscos sociais, danos ambientais etc. Se avaliarmos a evolução dos dois índices ao longo do século 20, veremos que os dois seguem em paralelo e em sentido ascendente até 1970. A partir daí o PIB continua crescendo, enquanto o IPG entra em estabilidade e em sutil declínio. Isso representa graficamente o início da crise. Para a economia alternativa, o IPG é um índice mais realista, por representar o quanto a sociedade está sendo beneficiada.
Que papel poderia ter o Brasil nas mudanças econômicas que o senhor aponta como necessárias?Na minha opinião, para mudar a atual situação alguns países têm que romper com o atual jeito de pensar e desenvolver uma nova visão, mais justa, que inclua a todos, sem egoísmo.O Brasil poderia assumir o papel de líder nessas mudanças. A situação no mundo hoje, basicamente, está sem liderança. Os Estados Unidos deveriam ser o líder natural, e eles gostam de dizer que são os líderes, mas eles não agem como tal porque são excessivamente voltados para seus próprios interesses. Então, se nós precisamos desenvolver um mundo mais justo, de onde virá a liderança? Eu acho que o Brasil é uma possibilidade.
O senhor é fundador e membro do conselho consultivo da Rede Global de Ecovilas (GEN), entidade coordenada na Dinamarca e com escritórios em alguns países. O que é exatamente uma ecovila? Quantas delas já existem no mundo?É difícil definir exatamente o que é uma ecovila.Mas há efetivamente um movimento que trabalha com a construção de pequenas comunidades, focadas na preocupação com o meio ambiente e na igualdade social.Há muitas delas pelo mundo hoje, com motivações espirituais, sociais e ambientais, voltadas para um novo paradigma. A maioria está em localidades do interior, onde a organização das comunidades é mais fácil do que nas cidades. No Sri Lanka, por exemplo, há uma rede com 16 mil vilas tradicionais. Há também ecovilas na Itália, na Escócia e na Índia, além da Dinamarca. Há um crescente número de pequenas comunidades sendo formadas, e é difícil precisar exatamente quantas pessoas estão envolvidas. É importante ressaltar que esse movimento inclui também as vilas tradicionais. Eu acredito que todos nós provavelmente acabaremos vivendo em ecovilas.
Mas a evolução para esse tipo de organização será sem percalços?Não, a mudança certamente vai ser um processo doloroso. É a primeira vez que nossa civilização se vê no limite, em termos de recursos, então obviamente vamos ter que passar por um período dramático. Vai ser muito difícil para o ser humano aprender a mudar sua forma de pensar.Para muitas pessoas a estratégia de explorar recursos indiscriminadamente, gerar resíduos etc. tem parecido bem-sucedida. Esse é um pensamento equivocado e individualista. Nós temos que mudar a mentalidade, derrubar as fronteiras entre as nações e perceber que o planeta é uma nave muito vulnerável. Precisamos pensar no planeta como um organismo vivo, então não podemos pensar em soluções para nossos problemas de maneira individualista.
Qual será o princípio básico dessa nova sociedade?Eu acho que numa sociedade futura nós vamos ter que distinguir bem entre o que precisamos e o que desejamos. Quando todos tiverem aquilo de que necessitam – comida, moradia, justiça social –, aí nós teremos uma sociedade estável. Hoje as diferenças são muito grandes. Quando diminuímos a distância entre ricos e pobres, temos um sentido maior de comunidade.
O que o senhor costuma responder a quem o aponta como um “sonhador” quando expõe essas idéias?Eu acho que os políticos é que são os reais sonhadores. Eles não estão encarando a realidade,negam os problemas reais e não têm soluções para esses problemas. As pessoas que hoje já vivem em comunidades sustentáveis estão lidando com a realidade e superando problemas. Nós temos que aprender a viver de maneira mais simples e de modo sustentável. Quem nega essa realidade é que é sonhador.
Veja também:Cidades solidárias: Saiba mais sobre ecovilas, pequenas comunidades integradas ao meio ambiente, com base em relações de cooperação

7.12.06

Aquecimento global já é realidade no Brasil


Nosso país dá exemplo usando fontes energéticas renováveis, mas, quando desmata a Amazônia, libera carbono no ar e fica em quarto lugar no ranking dos países que mais emitem gases de efeito estufa.
O Brasil é vítima e vilão do aquecimento global. O mesmo país que dá um exemplo para o mundo usando fontes energéticas renováveis, como as hidrelétricas, o álcool e o biodiesel, ainda carece de investimentos na geração eólica e solar e, quando desmata e queima a Amazônia, libera tanto carbono na atmosfera que assume o constrangedor quarto lugar no ranking dos países que mais emitem gases de efeito estufa.
No último século, a temperatura do planeta já subiu 0,6º C e, nos próximos cem anos, o aumento pode chegar entre 1,4º C e 5,8º C, dependendo do que for feito para “descarbonizar” a atmosfera. Limites mais rígidos às emissões terão que ser negociados e cumpridos já no segundo período do Protocolo de Kyoto, após 2012.
O governo brasileiro tem dito nas negociações internacionais que o país faz a sua parte investindo em energias renováveis. No entanto, a gravidade do problema impõe uma mudança de posição política interna e externa. Ao invés de incentivar tanto o avanço do agronegócio, que vem destruindo de forma assustadora a Amazônia, a conservação da maior floresta tropical do mundo precisa ser a grande prioridade nacional, pois a sua perda altera o clima no Brasil, no mundo e propicia um maior aquecimento global.
Para documentar os problemas que o aquecimento global já provoca no Brasil, o Greenpeace percorreu o país – de Norte à Sul – para documentar os impactos do do aumento de temperatura e as principais vulnerabilidades regionais. Dezenas de entrevistas foram realizadas com vítimas dos fenômenos climáticos extremos, cada vez mais intensos e freqüentes, e com cientistas que estudam as causas e conseqüências do aumento da temperatura na Terra. Esses depoimentos e uma extensa pesquisa e m artigos científicos publicados recentemente são a base do relatório e do documentário “Mudanças do clima, mudanças de vidas”, lançado no dia 23 de agosto. O objetivo da campanha é mobilizar a sociedade brasileira para reverter o principal problema ambiental do século 21 com ações imediatas e eficientes dentro e fora do território brasileiro.
Apesar de já conviver com os efeitos do aquecimento global, o Brasil ainda não tem um levantamento das vulnerabilidades regionais e setoriais, e nem planos de adaptação aos riscos e de mitigação das causas das mudanças climáticas.
No Brasil, o aquecimento global ainda é visto mais como uma oportunidade de negócios do que como um risco real e presente às comunidades pobres mais vulneráveis no campo, nas áreas urbanas, na Caatinga e no interior da Amazônia. O Mecanismo de Desenvolvimento Limpo, instrumento previsto pelo Protocolo de Kyoto, é importante para incentivar projetos ambientais que retirem gases como o CO2 e o metano da atmosfera, mas é insuficiente, por si só, para reverter o problema.
Se as emissões fossem estabilizadas nos níveis de hoje, a temperatura continuaria subindo por dezenas de anos. Um esforço hercúleo terá que ser feito pelos países industrializados, os principais poluidores, mas também pelo Brasil, que precisa assumir a sua responsabilidade como quarto maior emissor de gases estufa do planeta e adotar medidas para se adaptar e reverter o aquecimento global. Precisamos atingir essas metas antes que o temível marco dos 2º C de aquecimento se transforme em realidade. Depois desse marco, os cientistas prevêem cenários catastróficos, com efeitos devastadores para várias regiões do globo, inclusive para a Amazônia e outros pontos do Brasil. Temos pouco tempo e muito a fazer. Apenas com a conscientização de todos, governos, indústrias, cidadãos, conseguiremos vencer o que já se caracteriza como o maior desafio de nossa era.

6.12.06

A expressão "eu te amo
( Hélio Consolaro* )
Marisa Monte canta uma música que se chama "Amor I love you". Os primeiros versos dizem: "Deixa eu dizer que te amo/ Deixa eu pensar em você". As pessoas mais preocupadas com a gramática me perguntam se não há um erro de uniformidade de tratamento, já que o primeiro verso trata o interlocutor de TE e o segundo de VOCÊ. Segundo a gramática tradicional, além desse erro há outro.
Em anúncios idílicos, nesta Folha, quando pessoas declaram seu amor publicamente, deparo com a expressão: "Você é a minha vida. Eu te amo muito." Mudar para "Eu a amo" ou "Eu o amo" é tirar a espontaneidade da mensagem.
Para não ferir os ouvidos dos puristas e nem artificializar o texto, opto por colocar a expressão "te amo" entre aspas.
Na verdade, "eu te amo" é uma expressão cristalizada, cheia de carga emotiva. Além disso, VOCÊ é o substituto de TU no português vivo. Na gramática tradicional, ficaria assim: Deixa-me dizer que te amo/ Deixa-me pensar em ti. Perderia todo o coloquialismo proposto pela música.
"Amor I love you" tem música e letra de Carlinhos Brown e Marisa Monte e termina com um trecho do livro "O Primo Basílio", de Eça de Queirós, lido por Arnaldo Antunes. Gente de boa formação. A música não é nenhum pagode de fundo de quintal. O "erro" foi intencional, como diziam os parnasianos: trata-se de uma licença poética.
Afinal, a primeira geração do Modernismo brasileiro (1922-1930) tinha como proposta aproximar a literatura da linguagem do cotidiano.
O outro erro. A construção DEIXA-ME DIZER QUE TE AMO é a única considerada certa pela gramática tradicional. Quando se têm os verbos MANDAR, FAZER, SENTIR, DEIXAR, OUVIR e VER seguidos de outro verbo no infinitivo, o pronome que aparece ali exerce duas funções sintáticas ao mesmo tempo. Ele é objeto direto do primeiro verbo (deixar) e é sujeito do verbo no infinitivo (dizer).
Segundo o lingüista Marcos Bagno, as pesquisas lingüísticas têm demonstrado é que "o português do Brasil, ao contrário do português de Portugal, dá mais destaque aos sujeitos das orações do que aos objetos. Na língua dos brasileiros, é muito comum apagar os objetos e explicitar os sujeitos. Na língua dos portugueses, é justamente o contrário: eles preferem apagar os sujeitos e explicitar os objetos. Essa é uma das muitas diferenças que existem entre a língua do Brasil e a língua de Portugal".
*Hélio Consolaro é cronista da Folha da Região, Araçatuba, professor de Português do Ensino Médio, autor de três livros e membro da Academia Araçatubense de Letras.

Sobre Manoel de Barros

Os livros seguintes Arranjos para Assobio, Livro de Pré-Coisas, O Guardador de Águas, Concerto a Céu Aberto para Solos de Ave, O Livro das ignorãças, Livro sobre nada e Retrato do artista quando coisa formam a segunda fase de sua produção, período que o define como o poeta do pantanal e ao mesmo tempo do universal; o poeta das coisas íntimas; da valorização do desprezível para a criação, do que Hugo Friedrich chama de rebaixamento, da formulação de uma poética que assim se define:

Todas as coisas cujos valores podem ser
disputados no cuspe à distância
servem para a poesia
Um homem que possui um pente
E uma árvore
Serve para a poesia
.........................

As coisas que não levam a nada têm grande
Importância
Cada coisa sem préstimo tem seu lugar
Na poesia ou na geral
.........................

Tudo aquilo que nossa
Civilização rejeita, pisa e mija em cima
Serve para a poesia
Os loucos de água e estandarte
Servem demais
O traste é ótimo
O pobre-diabo é colosso!”
............................................(MP, 2-3)
A respeito do uso dos temas presos aos limites do chão, Berta Waldman, no artigo “A poesia ao rés do chão” comenta:
Essa coerência que tem por base a forte adesão à realidade, recortada miopicamente nos limites do chão, acabará por gerar uma dicção poética de espontânea naturalidade no uso de tons menores, sem grandiloqüência, que leva, no entanto, a simplicidade do requinte. (WALDMAN, 1992, p. 15).
Na obra de Manoel de Barros a utilização das coisas do chão, da realidade tomada do telúrico, assim como não criam uma arte grandiloqüente, não colocam o poeta como um ser superior que descreve a natureza como um cenário, utilizando um arsenal retórico que coloca o homem em condição mais elevada. O homem aparece descentrado de seu papel de dominação sobre os seres da natureza, nivelado à condição de coisa, submetendo-se a uma ordem geral válida para todos os seres, os quais continuamente transformam-se, em convergência com o conceito de desumanização, trazido por Friedrich a partir de ensaio de Ortega y Gasset, do qual encontra-se:
Esta se manifesta no abandono de estados sentimentais naturais, na inversão da ordem hierárquica, antes válida entre objeto e homem, deslocando agora o homem para o degrau mais baixo e na representação do homem partindo de um prisma que o faz parecer o menos possível com um homem. (ORTEGA y GASSET, apud FRIEDRICH, 1991, p. 169)
A palavra poética de Manoel de Barros trata de um
mundo deveniente, em que a metamorfose, a morte e a vida constituem a origem e a vida de todos os seres, da harmonia perene das coisas, um mundo que se transforma continuamente em suas virtualidades. (Ibidem, p. 130) (ORTEGA y GASSET apud FRIEDRICH, 1991, p. 130)
Outra essencial marca da poética de Manoel de Barros é a defesa da necessidade de abandonar a inteligência para o entendimento através do ser as coisas a fim de torná-las matéria de poesia: “Para entender nós temos dois caminhos: o da/ sensibilidade que é o entendimento do corpo; e o da inteligência que é o entendimento do espírito./ Eu escrevo com o corpo/ Poesia não é para compreender, mas para incorporar/ Entender é parede: procure ser uma árvore.” (BARROS, Manoel. Arranjos para Assobio. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1982. p. 29), ou ainda, “Poeta é o ente que lambe as palavras e depois se alucina.” (BARROS, Manoel. O Guardador de Águas. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1982.)
Poesia, s.f

Raiz de água larga no rosto da noite
Produto de uma pessoa inclinada a antro
Remanso que um riacho faz sob o caule da
manhã
Espécie de réstia espantada que sai pelas
frinchas de um homem
Designa também a armação de objetos lúdicos
com emprego de palavras imagens cores sons
etc. geralmente feitos por crianças pessoas
esquisitas loucos e bêbados.
(BARROS, Manoel. Arranjos para Assobio. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1982. p. 35)
Além da matéria da poesia vir explícita (as coisas do chão a compõem), além de ser necessário abandonar a inteligência para ser as coisas, há uma outra muito importante característica na poesia de Manoel de Barros que é a de propor uma estética em cuja linguagem apareça uma “língua errada”: “(...) Para voltar à infância, os poetas precisariam também de reaprender a errar a língua...” (BARROS, Manoel. O Guardador de Águas. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira. 1982.)

Em O Guardador de Águas encontra-se a metapoesia como tema em:

O sentido normal das palavras não faz bem ao poema.
Há que se dar um gosto incasto aos termos.
Haver com eles um relacionamento voluptuoso.
Talvez corrompê-los até a quimera.
Escurecer as relações entre os termos em vez de
aclará-los. Não existir mais reis nem regências.
Uma certa luxúria com a liberdade convém. (p. 56)
Para um mundo em constantes metamorfoses, é preciso criar uma linguagem que não seja conceitual, lógica e sem vigor e para isso Manoel de Barros cria uma poética em que o sentido normal das palavras desaparece: “O sentido normal das palavras não faz bem ao poema./.../ Uma certa luxúria com a liberdade convém”. Deseja uma linguagem em que haja um relacionamento voluptuoso com os termos, um relacionamento entre o criador e a palavra que seja livre e que tenha o gosto do impuro, em que se corrompam as palavras, em que sejam levadas à condição de incoerentes, tornando-as quimeras, pois estão-se escurecendo as relações entre os termos.
E porque propõe dar um “gosto incasto” aos termos, dispõe-se a uma agramaticalidade como norma para fugir ao padrão rígido da língua e do bem falar e, ao sugerir tal processo, sugere a liberdade a fim de fortalecer a linguagem e, ainda neste sentido, “Não existir mais reis nem regências” tornando a criação independente da lógica, da norma ou qualquer outro processo determinador.
Na medida em que propõe uma palavra diferente, que se origine da terra, da lama, que nasça corrompida, Manoel de Barros corresponde a uma tendência da lírica moderna definida em Estrutura da Lírica Moderna, já que organiza a sua literatura com uma linguagem radicalmente diversa da comum, a qual “associada aos conteúdos obscuros, gera perturbação”, ou ainda,
A língua poética adquire o caráter de um experimento, do qual emergem combinações não pretendidas pelo significado, ou melhor, só então criam o significado. O vocabulário usual aparece com significações insólitas. Palavras provenientes da linguagem técnica mais remota vêm eletrizadas liricamente. A sintaxe desmembra-se ou reduz-se a expressões nominais intencionalmente primitivas.
(FRIEDRICH, 1991, p. 17-8)
No segundo metapoema escolhido, a palavra é o problema a ser discutido. Percebe-se que não é motivo de descanso; é, sim, um problema a ser resolvido — um prazeroso problema, é claro, já que constitui o conjunto poético do autor — sem que haja implicada uma necessidade de tratamento formal ou racional. Há sim um reforço daquela condição de alogicidade e de uma relação emotiva com a palavra.

Há quem aceite a palavra a ponto de osso, de oco;
ao ponto de ninguém e de nuvem.
Sou mais a palavra com febre, decaída, fodida, na sarjeta.
Sou mais a palavra ao ponto de entulho.
Amo arrastar algumas no caco de vidro, envergá-las pro
chão corrompê-las,
até que padeçam de mim e me sujem de branco.
Sonho exercer com elas o ofício de criado:
usá-las como quem usa brincos.
(BARROS, Manoel. Arranjos para Assobio. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1982, p. 20.)
O poema expressa a preferência do eu compositor pela palavra em estado de decadência, putrefata e que esteja pronta para uma mudança, pois o poeta quer dar-lhes novo sentido; quer que, renascidas do chão, sujem-no de branco, tornando-se impiedoso para arrancar o insignificante, o esconso como condição do renascer, da ressurreição com novos e originais sentidos.
Representando um esvaziamento semântico, aparecem nos dois primeiros versos: “palavra a ponto de osso”, “de oco”, “ao ponto de ninguém”, “nuvem”, em oposição a “palavra com febre”, “decaída”, “fodida”, “ao ponto de entulho” que fazem do poema um repositório de destroços e inutilidades, mas através dos quais opera-se simbolicamente a passagem cíclica da morte à vida. O desgaste com a palavra bela, não interessa, porque é de ninguém ou fluida como nuvem.
Em Retrato do artista quando coisa, editado em 1998, Manoel de Barros, embora tenha, como o próprio título denuncia, criado um conjunto de poemas que tematizam a coisa, ou, mais propriamente, a transformação do poeta em coisa, ainda tem como marca fundamental de seu trabalho a poesia sobre poesia. Para exemplificar a transformação do ser-poeta em coisa, há o seguinte texto entre tantos que poderiam ser recolhidos:

Sentado sobre uma pedra estava o homem
desenvolvido a moscas.
Ele me disse, soberano:
Estou a jeito de uma lata, de um cabelo, de um cadarço.
Não tenho mais nenhuma idéia sobre o mundo.
Acho um tanto obtuso ter idéias.
Prefiro fazer vadiagem com letras.
Ao fazer vadiagem com letras posso ver quanto
é branco o silêncio do orvalho. (p. 51)
Além de trazer uma característica da literatura de Manoel de Barros já apresentada: a do homem que pretende desligar-se da razão, do conhecimento, da ordem lógica e condicionante, neste poema encontra-se explicitada a condição do homem-coisa: “Sentado sobre uma pedra estava o homem / desenvolvido a moscas” ou mais especificamente: “Estou a jeito de uma lata, de um cabelo, de um cadarço.” Para criar a atmosfera do insólito, do inesperado, na perspectiva da plena liberdade criadora, utiliza-se de “dois tipos de cristalizações de palavras” (CASTRO, 1992, p. 144): arquissemas e gags.
Para Manoel de Barros, arquissemas são palavras ancestrais que poderosamente comandam o subterrâneo de seu ser. No texto encontramos: pedra, moscas, orvalho que são palavras pertencentes ao mundo natural, do pantanal. Já gags são verdadeiras piadas ou anedotas de poesia; são exercícios de linguagem em que está presente a intuição fantástica: “gags —são alegres sandices cometidas com imagens. Eu faço gags com as palavras.”
(BARROS, Martha. Com o Poeta Manoel de Barros. (Entrevista republicada) In: Gramática Expositiva do Chão (Poesia quase toda) Manoel de Barros. Rio de Janeiro, Civilização Brasileira, 1992, p. 312.)
São exemplos de gags: “O corgo à beira de um menino”, “Um trevo assumiu a tarde”, que no texto aparecem desta maneira: “[...] estava o homem! desenvolvido a moscas.”; “[...] posso ver quanto! é branco o silêncio do orvalho.”
O último poema do livro Retrato do artista quando coisa é também o último do poeta a ser lido. Embora sendo o décimo segundo da segunda parte de uma obra cujos poemas não têm título, este aparece acompanhado da palavra “Apêndice”.
1. Ninguém consegue fugir do erro que veio.
2. Poema é lugar onde a gente pode afirmar que o delírio é uma sensatez.
3. A limpeza de um verso pode estar ligada a um termo sujo.
4. Por não ser contaminada de contradições a linguagem dos pássaros só produz gorjeios.
5. O início da voz tem formato de sol.
6. O dom de esculpir o orvalho só encontrei na aranha.
7. Pelos meus textos sou mudado mais do que pelo meu existir.
8. Não é por fazimentos cerebrais que se chega ao milagre estético senão que por instinto lingüístico.
9. Sabedoria pode ser que seja ser mais estudado em gente do que em livros.
10. Quem se encosta em ser concha é que pode saber das origens do som. (p. 81)
Nesse texto presentificam-se algumas das idéias sobre a poesia em Manoel de Barros. O “delírio”, a “sujeira do verso”, “a linguagem dos pássaros”, “instintos lingüísticos” são índices da poesia alógica que se quer transportar para o meio dos sonhos em que a expectativa é o poder mágico de ir além do mundo conhecido, dos limites do racional ou do imaginável. Os gags é que proporcionam esta alogicidade e dão o tom criativo e original ao texto: “Por não ser contaminada de contradições a / linguagem dos pássaros só produz gorjeios.”; “O dom de esculpir o orvalho só encontrei / na aranha.”; “Quem se encosta em ser concha é que pode / saber das origens do som. Esses gags também são importantes no conjunto de significados do texto porque todos fazem a associação de homem-natureza e coisas do mundo-natureza, dando ~ esses elementos a superioridade da condição de apenas ser, situação em que não há contradição (a linguagem humana se contradiz), em que o ato de esculpir (atividade humana) é praticado por uma aranha, e também a mais insólita das imagens; alguém encostar-se em ser concha, sendo a última freqüente, pois o poeta muitas vezes escreve com o corpo, metamorfoseia-se na busca de ser algo da natureza, uma coisa qualquer para ir às origens dos sons, do poético. Portanto, a alogicidade, o animismo, as impurezas e as coisas que se transformam graças às metamorfoses sintetizam o texto.
* Ester Mian Cruz é professora das Faculdades Toledo, Araçatuba -SP
Referências Bibliográficas
BARBOSA, João Alexandre. A Metáfora crítica. São Paulo : Perspectiva, 1974.
BARROS, Manoel. Arranjos para assobio. Rio de Janeiro:
Civilização Brasileira, 1982.
________ Matéria de poesia. Rio de Janeiro : Civilização Brasileira, 1982.
________ O guardador de águas. Rio de Janeiro : Civilização Brasileira, 1982.
________ Retrato do artista quando coisa. Rio de Janeiro:
Record, 1998.
BARROS, Martha. Com o poeta Manoel de Barros. Gramática expositiva do chão — poesia quase toda. 2. ed. Rio de Janeiro : Civilização Brasileira, 1992.
CARONE, Modesto. A poética do silêncio. São Paulo: Perspectiva, 1979.
CASTRO, Afonso. A poética de Manoel de Barros : A linguagem e a volta à infância. Campo Grande : FUCMT
- UCDB, 1992.
FRIEDRICH, Hugo. Estrutura da lírica moderna. 2. ed. São Paulo : Duas Cidades, 1991.
HABERMAS, Jüngen. Discurso filosófico da modernidade. Lisboa: Publicações Dom Quixote, 1990.
PAZ, Octavio. El arco y la lira. 3. ed. México : Fondo de Cultura Económica, 1986
WALDMAN, Berta. A poesia ao rés do chão. Gramática Expositiva do Chão – poesia quase toda. 2. ed. Rio de Janeiro : Civilização Brasileira, 1992.
Para que servem os dicionários? Qual sua utilidade?
(Transcrito do site: http://www.klickeducacao.com.br )
Fonte de informação de uso freqüente e generalizado, o dicionário é extremamente útil. É a primeira obra de consulta a que recorremos para saber o significado de uma palavra, para checar sua ortografia e para conferir sua pronúncia exata ou sua categoria gramatical
Consulta ao dicionário enciclopédico
No dicionário enciclopédico é possível encontrar informações sobre os principais assuntos científicos, humanísticos e artísticos e também sobre a vida dos mais ilustres personagens das ciências e das artes, tudo organizado por ordem alfabética. Nomes de pessoas devem ser procurados pelo último sobrenome conhecido. Exemplo: Fernando Pessoa deve estar no verbete Pessoa, Fernando. No caso de pseudônimos, como Molière (Jean-Baptiste Poquelin), deve-se procurar pelo pseudônimo. Na lombada de cada volume existe geralmente a primeira e a última palavra tratada em cada tomo.
Alguns elementos permitem localizar a informação que procuramos num livro:
Sumário ou índice geral, em que estão indicados os capítulos e subtítulos do livro, pela ordem em que aparecem
Prólogo ou introdução, com dados e comentários sobre o autor e a obra. Às vezes convém ler o prólogo após a leitura do livro, para evitar que a opinião do comentarista influencie demasiadamente a nossa
Índices (temático, de autores, de topônimos, de ilustrações). Geralmente eles se encontram no final do livro e permitem localizar alfabeticamente aquilo que procuramos, dando indicação da página
Bibliografia, também ordenada alfabeticamente, indica outros textos em que o assunto foi tratado
1. Definição
O dicionário é uma obra que reúne por ordem alfabética e explica, de maneira ordenada, o conjunto de vocábulos de uma língua ou os termos próprios de uma ciência ou arte. Há também dicionários que explicitam o significado das palavras e a sua correspondência em outros idiomas. Esses livros especiais classificam-se de acordo com seus objetivos didáticos e finalidades a que se propõem.
2. Origens dos dicionários
Os dicionários existem desde os tempos antigos. Os gregos e romanos já recorriam a eles para solucionar dúvidas e esclarecer termos e conceitos. Esses primeiros dicionários não eram organizados alfabeticamente. Apenas reuniam definições de conteúdos lingüísticos ou literários. Só no final da Idade Média foi que começaram a aparecer dicionários e glossários organizados alfabeticamente. Quando as glosas desses manuscritos latinos ficaram muito numerosas, os monges passaram a ordená-las alfabeticamente para facilitar sua localização. Nasceu aí uma primeira tentativa de dicionário bilíngüe latim-vernáculo. A invenção da imprensa, no século XV, deu novo impulso à difusão e ao uso dos dicionários.
3. Variedade
Há diferentes tipos de dicionário. Entre os mais comuns destacam-se:
Dicionários gerais da língua: em versão extensa ou adaptada a usos escolares. Contêm um grande número de palavras, definidas em suas várias acepções ou significados.
Dicionários etimológicos: trazem a origem de cada palavra, sua formação e evolução.
Dicionários de sinônimos e antônimos: definem o significado das palavras, apresentando as que são equivalentes ou afins –palavras sinônimas – e as de significados opostos – palavras antônimas.
Dicionários analógicos: reúnem as palavras por campos semânticos, ou por analogia a uma idéia. Não costumam ser organizados por ordem alfabética.
Dicionários temáticos: reúnem o vocabulário específico de determinada ciência, arte ou atividade técnica: Dicionário de Comunicação, de Astronomia e Astronáutica.
Dicionários de abreviaturas: muito úteis, facilitam a comunicação, principalmente nesta época repleta de abreviaturas e siglas.
Dicionários bilíngües ou plurilíngües: explicam o significado dos vocábulos estrangeiros e sua correspondência com os vocábulos nativos. Há outros tipos de dicionário, que atendem às mais diversas finalidades: de dúvidas e dificuldades de uma língua, de frases feitas, de provérbios.
Os dicionários no BrasilO Vocabulário Português, de Raphael Bluteau, lançado entre 1712 e 1728, é considerado a primeira tentativa bem-sucedida de edição de um dicionário da língua portuguesa. Entre os pioneiros destaca-se, porém, o Dicionário da Língua Portuguesa, de Antônio Moraes Silva. Publicado em Lisboa, em 1789, é reconhecido como o melhor e o mais completo dicionário da língua. A segunda edição desse Dicionário, enriquecida e publicada em 1813, é considerada a produção definitiva de Moraes Silva.
Entre os dicionaristas de produção mais recente sobressaem: Francisco Caldas Aulete (1823-1878), autor do Dicionário Caldas Aulete; Carolina Michaëlis de Vasconcelos (1851-1925), que escreveu Lições de Filologia Portuguesa; José Rodrigues Leite e Oiticica (1882-1957), autor de Estudos de Fonologia. Na segunda metade do século XX, destaca-se o trabalho de Aurélio Buarque de Holanda Ferreira (1910-1989), que lançou a primeira edição do Novo Dicionário da Língua Portuguesa em 1975. A segunda edição revisada e ampliada é de 1986. A grande difusão dessa obra popularizou tanto o autor que seu nome tornou-se sinônimo de dicionário: Você me empresta um aurélio?
5. Organização dos dicionários
Remissões: em algumas palavras aparece ao final um V, abreviatura de Ver Também, que remete o leitor a outra palavra do dicionário.
Etimologia: origem da palavra, vem normalmente entre parênteses.
Significados especiais: são aqueles relativos às linguagens específicas.
Verbete: conjunto de informações, acepções e exemplos que dizem respeito a um vocábulo.
Acepções: cada palavra tem vários ou diferentes significados, as chamadas acepções. Elas especificam-se conforme a ordem escolhida em cada dicionário: a partir das acepções mais antigas ou por sua importância e uso mais freqüente. Pequenos números separam os diversos significados.
Categoria gramatical ou morfologia: aparece sempre abreviada.
Alguns exemplos de línguas especiais
Linguagem jurídica e administrativa
O campo do direito é muito amplo. Existe o direito civil, o penal, o administrativo, o mercantil, o canônico, o processual, entre outros. Essa diversificação resulta em um vocabulário muito variado e específico:
Características da linguagem jurídica
-Objetividade: é extremamente importante, pois a subjetividade dificultaria sua função social
-Amplitude: é necessário legislar para todos os cidadãos
-Clareza e concisão: ela precisa ser compreendida por todos os interlocutores
Terminologia jurídica e administrativa

Palavras obtidas da linguagem cotidiana: extrajudicial, decreto-lei
Palavras e expressões latinas: ab initio (desde o princípio); ipso facto (por isso mesmo); usufruto
Termos arcaicos: débito (em vez de dívida)
Fórmulas: em virtude do acordado...
Abundância de apartes e citações
Linguagem bancária
O sistema bancário, dedicado a negociar dinheiro e realizar outras operações comerciais e financeiras, tem um léxico próprio:
Léxico bancário
-Investimento: aplicação de capitais em títulos
Crédito: empréstimo de dinheiro
Juros: valor pago pelo empréstimo recebido
CDB: Certificado de Depósito Bancário Linguagem da informática
A informática é um campo de atividade que se ocupa do tratamento da informação em um meio físico automatizado, o computador. Sua linguagem, bastante específica, vem-se incorporando com rapidez à língua cotidiana:
Léxico da informática
Computador: aparelho eletrônico de processamento de dados
Hardware: conjunto de componentes físicos do computador
Software: conjunto de programas do computador
Programa: conjunto de instruções de uma linguagem de computador que permite solucionar um tipo determinado de problema
Caracteres: símbolos utilizados para escrever dados e programas
Bit: é o menor elemento de armazenamento de informação
Byte: é a unidade mínima que representa um caractere ou número composto por 8 bits
Programa-fonte: programa escrito pelo programador em linguagem simbólica: Assembler, Cobol, Fortran, Basic
Entradas: dados e programas que podem ser colocados no computador
Saídas: informação que o computador pode nos dar depois de processar os dados
Memória: dois tipos de memória: ROM (Read Only Memory) – armazena a informação que controla o funcionamento do computador – e RAM (Random Access Memory) – pode-se ler e atualizar a informação por meio dos programas instalados no computador Linguagem do cinema e da teledramaturgia
Os métodos e técnicas empregados no cinema e na teledramaturgia possuem uma linguagem variada e bastante característica:
Léxico do cinema e da teledramaturgia

Tema e argumento: mensagem do filme, apresentada em seqüências e cenas
Roteiro cinematográfico: apresenta os diálogos, situações dos personagens, movimentos das câmeras, planos, iluminação e sons
Planos:
Grande plano geral (GPG) – enquadramento geral da paisagem
Plano geral (PG) – apresentação dos personagens no local da ação
Primeiro plano (PP) – a câmera destaca apenas uma parte do assunto; no caso de personagens, enquadra somente ou rosto ou as mãos
Primeiríssimo plano (PPP) – tomada bem próxima, isolando um detalhe. Também chamado plano de detalhe
Plano americano – enquadramento dos personagens a meio-corpo; utilizado nos diálogos
Pausas dramáticas: fundido em preto (a câmera se fecha numa mancha preta para passar de uma seqüência a outra), encadeamento (junção de cenas) e corte (separação de duas cenas)
Ângulo da câmera: posição da câmera em relação ao tema
Linguagem publicitária
Tem por objetivo informar o público consumidor sobre as características e utilidades de um determinado produto, com o objetivo de induzi-lo ao consumo. Além dos cartazes e folhetos, que são seus meios próprios, a imprensa, o rádio e a televisão são os canais de divulgação privilegiados dessa linguagem:
Características da linguagem publicitária
A mensagem publicitária deve ser:

Visível: para tanto lança mão das fotografias, do jogo de cores, da variedade de letras e símbolos
Fácil de lembrar: por meio de jogos de palavras e slogans fáceis de memorizar
Legível
Impactante Polissemia
A polissemia (de poli = muitos; semia = significado) é o fenômeno pelo qual uma palavra vai adquirindo vários significados. Estes, em geral, têm algo em comum. A cada um deles dá-se o nome de acepção:
A cabeça une-se ao tronco pelo pescoço.
Ele é o cabeça da rebelião.
Sabrina tem boa cabeça.
Origem da polissemia
São muitos os fatores que possibilitam a polissemia.
A metáfora, pela qual a palavra ganha outro significado devido a uma relação de semelhança: o pé da mesa, o pé da montanha
(por sua semelhança com o pé humano)
A metonímia, pela qual a palavra adquire outro significado devido a uma relação de implicância: o lanterninha do cinema
(o funcionário usa uma lanterninha)
A passagem de um termo da linguagem específica para a linguagem comum: parênteses
(sinal de pontuação)
colocar parênteses nesta explicação
(interrupção)
A passagem de um termo da linguagem comum para a linguagem específica: Veja esta pilha de papel.
(reunião de objetos superpostos)
O carrinho é movido a pilha.
(gerador de corrente elétrica)

A polissemia possibilita que se tenha, com um pequeno número de palavras, um grande número de significados. Mas favorece riscos também, como o de ambigüidade e o de imprecisão. Se o contexto não for suficiente para determinar o significado da palavra, é bem melhor trocá-la por outra de significado mais definido: Marcos é uma pessoa difícil.
A frase é muito vaga porque a palavra difícil sugere várias interpretações, como irritadiço, tímido ou ocupado. Nesse caso, o melhor é usar outra palavra. No entanto, se for preciso manter a original, é aconselhável contextualizá-la:
Marcos é uma pessoa difícil: não come enlatados, detesta congelados e não admite comida requentada.
Morfologia
A Morfologia estuda:
A estrutura e formação das palavras (morfemas, processos de formação).
As flexões (gênero, número, pessoa, tempo e modo) das palavras.
A classificação (análise morfológica) das palavras.
6. Uso dos dicionários
Todo dicionário tem sua organização e suas finalidades explicadas em um prólogo. É importante lê-las para saber como aproveitar todas as possibilidades da obra. Embora as informações sobre a língua em seu conjunto sejam objeto dos dicionários gerais – de palavras e enciclopédicos –, vários dicionários especializados podem trazer um enfoque lingüístico (dicionários de sinônimos, analógicos, etimológicos) ou enciclopédico (dicionários de psicologia, de informática, de cinema, de literatura). Os dicionários, além disso, geralmente trazem como apêndice, no começo ou no final, uma lista das abreviaturas utilizadas e dos sinais de pontuação específicos. Conhecê-los também facilita o manuseio.
7. Funções dos dicionários gerais
Suas principais funções são:
Definir o significado das palavras e sua representação ortográfica.
Informar a etimologia das palavras, explicando se elas se originam do latim, do grego, do árabe, de alguma outra língua antiga ou se é o caso de empréstimo de alguma língua estrangeira moderna.
Informar a categoria gramatical da palavra (substantivo, verbo, pronome etc.) e outros aspectos gramaticais (gênero, número).
Auxiliar, como instrumento de estudo de uma língua estrangeira.
Ajudar a uniformizar e manter a unidade da língua. Classes de palavras (análise morfológica)
A morfologia da língua portuguesa identifica tradicionalmente 10 classes de palavras:
Substantivo
Verbo
Adjetivo
Pronome
Numeral
Artigo
Advérbio
Preposição
Conjunção
Interjeição

Desmascarando PAULO COELHO...

AS "PÉROLAS" DE PAULO COELHO

(Prof. J. Milton Gonçalves * )
Extraídas do livro "O Alquimista" (159ª. edição — Ed. Rocco)

O mago da literatura brasileira e seus esdrúxulos erros de português.
"Tratado a tapas e pontapés, nosso idioma ainda é mistério para muitos — mesmo para os que vivem dele!" (Josué Machado)
O escritor Paulo Coelho, que diz já ter encontrado sua pedra filosofal, precisa urgentemente encontrar uma boa gramática, um bom dicionário, e, se preferir — é claro! — uma pitada de mundrunga para resolver sua deficiência vernácula.
Numa entrevista à revista Playboy , o rei dos "best-sellers" disse que consegue separar nuvens com a força da mente, parar o tempo, fazer chover e até ficar invisível (entre outras coisas fantasmagóricas). Se nosso mago literário tem tantos poderes assim, bem que poderia invocar os espíritos dos grandes escritores brasileiros para expressar suas idéias, sem maltratar tanto o nosso idioma.
Encontram-se, aqui, apenas algumas "pérolas" extraídas do seu famoso livro O ALQUIMISTA publicado pela Editora Rocco, edição de número 159. É isto mesmo: centésima qüinquagésima nona edição. Sinto um extraordinário dó pelos leitores da primeira edição:

1. "Lembrou-se da espada — foi um preço caro contemplá-la um pouco, mas também nunca tinha visto algo igual antes." (Pág. 71)
Preço caro é erro indecoroso. Caro já significa de preço elevado. O correto é dizer que o produto está caro ou o preço está alto, exagerado, excessivo (o que não é nenhuma novidade hoje em dia).

2. " Haviam certas ovelhas, porém, que demoravam um pouco para levantar . " (Pág. 22)
Não há registro, em nossa literatura, de nenhum outro escritor que tenha empregado haver no plural, com o sentido de existir . Não se pode atribuir a culpa ao revisor, uma vez que esse modelo de concordância aparece mais de dez vezes em todo o livro.
Demorar , no sentido de tardar, custar , usa-se com a, e não com para: Demorou a retornar à casa dos pais .
Levantar é sinônimo de erguer; levantar-se é que significa pôr-se de pé.

3. " Há dois dias atrás você disse que eu nunca tive sonhos de viajar." (Pág. 86)
A impressão que fica é que PC adora brincar de escrever português. Qualquer pessoa com dois dedinhos de leitura descontraída sabe que há e atrás não combinam.
"Há dois dias atrás" é expressão redundante, pois a idéia de passado já está contida no verbo haver, sendo desnecessário o uso do advérbio atrás . A excrescência também ocorre nas páginas 103, 133, 161, 210, 242...

4. "O teto tinha despencado há muito tempo, e um enorme sicômoro havia crescido no local que antes abrigava a sacristia." (Pág. 21)
" Fazia aquilo há anos, e já sabia o horário de cada pessoa." (Pág. 76)
Definitivamente o verbo haver é uma enorme pedra no sapato do nosso alquimista. Quando o verbo haver é usado com outro no tempo imperfeito (ou mais-que-perfeito), emprega-se havia , e não há : "Quando você chegou, eu já estava na sala havia cinco minutos". (Arnaldo Niskier)
O mesmo erro encontra-se ainda nas páginas 22, 83, 133, e 157...

5. "Em 1973, já desesperado com a ausência de progresso, cometi uma suprema irresponsabilidade. Nesta época eu era contratado pela Secretaria de Educação de Mato Grosso..." (Pág. 08)
Nesta época refere-se ao período em que o escritor estava escrevendo, e não a 1973. Nessa é que se usa com referência a tempo passado ou futuro. Naquela seria outra opção ajuizada. Os erros se repetem nas páginas 50, 54, 77, 119, 143, 238...

6. "— Então, nas Pirâmides do Egito, — ele falou as três últimas palavras lentamente, para que a velha pudesse entender..."(Pág. 37)
O verbo falar é intransitivo (não pede complemento); o verbo dizer é que se usa transitivamente. Falar só se usa com objeto em expressões como falar verdade, falar inglês, francês, etc.
Veja outros casos em que o verbo falar foi usado indevidamente:
" Por isso lhe falei que seu sonho era difícil." (Pág. 38)
"O velho, entretanto, insistiu. Falou que estava cansado, com sede..." (Pág. 42)
Antes da palavra que , usa-se dizer , e não falar.

7. "E quero que saiba que vou voltar. Eu te amo porque..." (Pág. 189)
Fazer alquimia com as pessoas de tratamento, parece ser a diversão preferida de Paulo Coelho. O próximo exemplo é ainda mais dramático:
"— Eu te amo porque tive um sonho... Eu te amo porque todo o Universo conspirou para que eu chegasse até você ." (Pág. 190)
Sei que é covardia comparar PC com um dos clássicos de nossa literatura. Mas confesso que não resisti à tentação. Compare este trecho de Machado de Assis, extraído de Dom Casmurro: "Aqui tendes a partitura, escutai-a, emendai-a, fazei-a executar, e se a achardes digna das alturas, admiti-me com ela a vossos pés..."

8. "Por isso costumava às vezes ler... ou comentar sobre as últimas novidades que via nas cidades por onde costumava passar." (Pág. 22)
Não se diz comentar sobre alguma coisa , mas sim comentar alguma coisa: "Todos comentavam o desastre." (Aurélio)
Dizer últimas novidades é chover no molhado. Novidade já pressupõe algo novo ou acontecimento recente. Não vou dizer que a expressão às vezes deveria estar entre virgulas, para não me tacharem de ranzinza. Veja outros deslizes semelhantes:
"O pastor contou dos campos de Andaluzia, das últimas novidades que viu nas cidades onde visitara." (Pág.24)
" A gente sempre acaba fazendo amigos novos , e não precisa ficar com eles dia após dia."(Pág. 40)
"O alquimista enfiou a mão dentro do buraco , e depois enfiou o braço até o ombro." (Pág. 184)
Últimas novidades... fazer amigos novos.. . enfiar dentro... Por que será que os alquimistas gostam de fazer isso com a gente? Por quê?!

9. " Todos os dias o rapaz ia para o poço esperar Fátima." (Pág. 157)
A preposição a indica deslocamento rápido, provisório; para, permanência definitiva: Quem vai à praia vai passear; quem vai para o litoral vai morar lá.

10. "Entretanto, à medida em que o tempo vai passando, ... " (Pág. 47)
Não existe a expressão à medida em que , mas sim à medida que.

11. "O rapaz deu uma desculpa qualquer para não responder aquela pergunta."(Pág. 25)
"Então ele sentiu uma imensa vontade de ir até lá, para ver se o silêncio conseguia responder suas perguntas." (Pág. 161)
Quem responde responde a alguma coisa: ( responder àquela pergunta, responder a suas (ou às suas ) perguntas)

12. "O rapaz assistiu aquilo tudo fascinado." (Pág. 207)
O verbo assistir no sentido de observar exige a preposição a. A expressão àquilo tudo equivale a a tudo aquilo.

13. "Mas tinha a espada em sua mão." (Pág. 175)
"...Um cavaleiro todo vestido de negro, com um falcão em seu ombro esquerdo." (Pág. 173)
Não se emprega o possessivo quando se trata de parte do corpo, qualidade do espírito ou peças do vestuário. Nesse caso, usa-se apenas o artigo: (na mão, no ombro).

14. "A menina ficava deslumbrada quando ele começava a lhe explicar que as ovelhas devem ser tosquiadas de trás para frente ." (Pág. 41)
"— Daqui para frente você vai sozinho — disse o Alquimista." (Pág. 229)
A expressão correta é para a frente (sempre com a presença do artigo). Qualquer gramática elementar registra isso.

15. " Ao invés de encontrar um homem santo, porém, o nosso herói entrou numa sala e viu uma atividade imensa..." (Pág. 58)
" Ao invés do aço ou da bala de fuzil, ele foi enforcado numa tamareira também morta." (Pág. 178)
A locução ao invés de só se usa quando há idéias opostas; significa ao contrário de : A o invés de atacar, o time só joga na retranca. Quando as alternativas não são contrárias, utiliza-se em vez de, que quer dizer em lugar de: Em vez de jogar com dois atacantes, o time jogou apenas com um.

16. "Tinham-se passado onze meses e nove dias desde que ele havia pisado no continente africano." (Pág. 95)
O verbo pisar é transitivo direto; rejeita, pois, a preposição em . (Corrija-se para: ...havia pisado o continente )
"O chão estava coberto com os mais belos tapetes que já havia pisado , e do teto pendiam lustres de metal amarelo trabalhado, coberto de velas acessas ." (Pág. 167)
Aqui o verbo pisar foi empregado corretamente. O exemplo só perde o brilho devido ao erro que aparece na última palavra. É culpa do revisor.

17. "Quase ia falando do tesouro, mas resolveu ficar calado. Senão era bem capaz do árabe querer uma parte..." (Pág. 65)
Na linguagem escorreita não se usa capaz por provável (nem possível ), fato comum na comunicação descontraída, em portas de botequins: (...era bem provável que o árabe quisesse ).

18. "A África ficava a apenas algumas horas da Tarifa." (Pág. 43)
"Ah, se eles soubessem que a apenas duas horas de barco existem tantas coisas dife- rentes." (Pág. 71)
"Estamos há apenas duas horas da Espanha." (Pág. 65 )
O advérbio apenas não deve ficar entre a preposição e o termo regido.Corrija-se para apenas a.
Não se deve dizer da Tarifa , como está no primeiro exemplo, e sim de Tarifa. Com exceção de Cairo, Rio de Janeiro e Porto, nomes de cidade não exigem artigo.
A presença da palavra há exercendo o papel de preposição, no terceiro exemplo, é um pecado inominável. Não é coisa de gente sóbria.
Desculpe-me de minha franqueza, meu prezado alquimista, mas quem redige dessa maneira não deve ter a menor consideração para com seus leitores.

19. " Já não havia mais a esperança e a aventura..." (Pág. 79)
O uso simultâneo de já e mais constitui redundância. Elimine um dos dois termos, e a oração ficará irrepreensível.
"Se a gente não for como elas esperam ficar, chateadas." (Pág. 40)
Tarefa ingrata é tentar descobrir o sentido dessa frase. Cabeça de mago e bumbum de criança sempre têm coisas estranhas, muito estranhas...

20. " ‘O pipoqueiro' , disse para si mesmo, sem completar a frase." (Pág. 55)
Ora, se a frase não foi concluída, então a expressão deve terminar com reticências. Pois a função dos três pontos é exatamente indicar a omissão intencional de uma coisa que se devia ou podia dizer:
Correção: "O pipoqueiro..."

21. "Depois de vencidos os obstáculos, ele voltava de novo..." (Pág.113)
Obstáculos não se vencem; superam-se. Os desafios é que são vencidos.

22. "E que tanto os pastores, como os marinheiros, como os caixeiro-viajantes , sempre conheciam..." (Pág. 26)
Nas palavras compostas por substantivo + adjetivo, flexionam- se os dois elementos.

23. " Assim que sentaram na única mesa existente, o Mercador de Cristais sorriu." (Pág. 78)
Sentar na mesa deve ser muito engraçado mesmo. Os alquimistas, assim como os políticos, talvez tenham por hábito sentar na mesa. Pessoas normais, contudo, sentam-se à mesa.

24. "Naquela época não havia imprensa... Não havia jeito de todo mundo tomar conheci-mento da Alquimia." (Pág. 133)
Devemos empregar todo o e toda a quando essas expressões equivalerem a o...inteiro e a...inteira: Não havia jeito de o mundo inteiro tomar conhecimento da Alquimia. Todo e toda (sem o artigo) significa qualquer. Toda gramática ensina isso.

25. "A visão logo sumiu, mas aquilo lhe deixou sobressaltado." (Pág. 162)
Segundo mestre Aurélio, o verbo deixar no sentido de "fazer que fique (em certo estado ou condição); tornar é transitivo direto: Deixei-o alegre; A transação deixou-o rico".
Na página 167, PC escreveu com rara sobriedade: "O que viu deixou -o extasiado".

26. " Para quê tanto dinheiro?" (Pág. 203)
O acento só se justificaria se o que estivesse no final da frase: "Tanto dinheiro para quê ?".

27. "Mas de repente a vida me deu dinheiro suficiente, e eu tenho todo o tempo que preciso." (Pág. 100)
Na linguagem apurada, o verbo precisar não abre mão da preposição de: (todo o tempo de que preciso ), a menos que ele venha antes de infinitivo.
Sem querer me parecer ranheta, acho que "de repente" ficaria bem entre vírgulas. É só uma questão de estilo...

28. "As pessoas preferem casar suas filhas com pipoqueiros do que com pastores." (Pág. 49)
O correto é preferir uma coisa a outra , e nunca do que outra. (Corrija-se para: ...pipoqueiros a casá-las com pastores .)

29. "Então os guerreiros viviam apenas o presente... e eles tinham que prestar atenção em muitas coisas." (Pág. 164)
"No presente é que está o segredo; se você prestar atenção no presente, poderá melhorá-lo." (Pág. 166)
Presta-se atenção a alguém ou a alguma coisa, e não em.

30. "Ninguém disse qualquer palavra enquanto o velho falava." (Pág. 170)
"O camelos são traiçoeiros: andam milhares de passos, e não dão qualquer sinal de cansaço." (Pág. 181)
Qualquer se usa nas orações declarativas afirmativas; nas negativas, usam-se nenhum e suas variações: " Veio duma cidade qualquer , sua vida não foi boa nem má; foi como a dos homens comuns, a dos que não fizeram nenhum destino..." (Cecília Meireles)

31. "A velha pediu para que ele repetisse o juramento olhando para a imagem do Sagrado Coração de Jesus." (38) (Correção: ... pediu que ele ...)
"... Pediu para lhe mostrar onde morava Fátima." (Pág. 189 ) (Correção: Pediu que lhe mostrasse ...)
Seguindo a gramática à risca, pedir para só se usa para solicitar licença, permissão ou autorização. Nos demais casos, usa-se pedir que : "Minha mãe ficou perplexa quando lhe pedi para ir ao enterro". (Machado de Assis) / " Pedira delicadamente que não se deixasse exposto à vista nada de valor". (Carlos Drumond de Andrade).

32. "— Podemos chegar amanhã nas Pirâmides..." (Pág. 66)
"O rapaz se aproximou de uma mulher que havia chegado no poço..." (Pág. 150)
"Chegou na pequena igreja... quando já estava quase anoitecendo." (Pág. 245)
Chegar em um lugar é regência dominante na fala brasileira e é encontradiça em alguns escritores medíocres ou sem muita expressão no meio literário, salvo raríssimas exceções.
Verbos de movimento exigem a , e não em: Chega-se sempre, e bem, a algum lugar. O único caso em que se pode empregar em com chegar é na referência a tempo: chegar em cima da hora .
É muito comum a expressão chegar em casa. Os escritores de boa nota, contudo, preferem chegar a casa: "Ao chegar a casa, Tavares encontrou a irmã preocupada". (Dias Gomes)

33. "— Por que quis me ver? — disse o rapaz." (Pág. 180)
"— E por que o deserto ia contar isto a um estranho, quando sabe que estamos há várias gerações aqui? — disse outro chefe tribal." (Pág. 168)
Quando há uma pergunta, no discurso direto, o sensato é empregar um destes verbos: indagar, perguntar, interrogar...

34."Mas as crianças sempre conseguem mexer com os animais sem que eles se assustem. Não sei porquê . " (Pág. 36 ) (Correção: Não sei por quê. )
"E por que ?" (Pág. 56 ) (Correção : E por quê? )
"Até que um deles, o mais velho (e o mais temido), perguntou porque o cameleiro estava tão interessado em saber o futuro." (Pág. 165 ) (Correção: ...por que o cameleiro...)
"Não pergunte porquê ; não sei." (Pág. 209 ) (Correção: Não pergunte por quê;... )
Entre muitas outras coisas, Paulo Coelho também não domina o uso dos porquês.
Veja como mestre Salomão Serebrenick elucida o caso sem magia nem bruxaria, no seu fabuloso livro 70 Segredos da Língua Portuguesa:
"A melhor norma prática a seguir é esta: só juntar os dois elementos num único caso — quando se tratar de uma resposta ou de uma explicação; nos demais casos, que constituem a grande maioria, separar os dois elementos.
Em final de frase, acentua-se o e: Já sei por quê. Também se acentua quando se trata de substantivo: É bom conhecer o porquê das coisas ."

35. "Eu lhe ensinarei como conseguir o tesouro escondido. Boa tarde ." (Pág. 51)
O verbo ensinar merece atenção muito especial. Quando se ensina algo a alguém, temos: O professor ensinou- lhe a lição. Quando se ensina alguém a fazer algo, temos: O professor ensinou- o a ler e escrever.
No segundo caso, temos um erro quase que insignificante. Mas não nos esqueçamos de que a língua é feita de detalhes: os cumprimentos bom-dia, boa-tarde e boa-noite só se constroem com hifem. É uma pena que certos alquimistas não estejam preocupados com essas coisas miúdas: o negócio deles é encontrar a pedra filosofal. Aposto que nem querem saber se hifem é variante de hífen. O vernáculo para eles está em último plano.

36. "Mas o comerciante finalmente chegou e mandou que ele tosquiasse quatro ovelhas." (Pág. 25)
O verbo mandar na acepção de ordenar rege o pronome oblíquo o . No entanto, se o infinitivo for um verbo transitivo, como no caso em questão, é admissível também o pronome lhe. Segundo Celso Luft, também é correto construir: mandou-o (ou mandou-lhe) que tosquiasse as quatro ovelhas. Assim, PC teria quatro motivos para não pecar:
a) ...mandou-o que tosquiasse...
b) ...mandou-lhe que tosquiasse...
c) ...mandou-o tosquiar...
d) ...mandou-lhe tosquiar...
Todos sabemos que consultar um dicionário de regência verbal não é tão divertido quanto separar nuvens com a força da mente (ou fechar os olhos e viajar pelos campos de Andaluzia...), MAS APRENDEM-SE COISAS INSUSPEITAS.
REMATE: O enredo do livro O ALQUIMISTA é interessante. Isso nos faz entender por que PAULO COELHO é um dos dez escritores mais lidos em todo o mundo. Li a versão em inglês, e fiquei encantado. Com certeza, ele faz jus a todos os prêmios que tem recebido até aqui. Mas uma coisa precisa ficar bem clara: enquanto PAULO COELHO não permitir que suas obras sejam revisadas por pessoas competentes, jamais será reconhecido, no Brasil, como um grande escritor, porque definiti- vamente nosso mago vendedor de livros não conhece o idioma em que se exprime. E digo mais: se continuar atropelando nossa tão maltratada língua, sempre haverá alguém com motivo de sobra para escrever frases como esta: "Podia haver prêmios literários conferidos a escritores para que não escrevessem." (Afonso Lopes Vieira, Nova Demanda do Graal , pág. 319 )
* Prof. J. Milton Gonçalves — autor dos livros GAFES ESPORTIVAS e TIRA-TEIMAS DE PORTUGUÊS — MEMBRO DA ACADEMIA DE LETRAS DO BRASIL —Tel.: (0**18) 271- 2128.
FAZ REVISÃO EM PUBLICAÇÕES DE LÍNGUA INGLESA E DE LÍNGUA PORTUGUESA



Com Vocês minha musa na literatura...

5.12.06

Língua
Caetano Veloso

Gosto de sentir a minha língua roçar A língua de Luís de Camões Gosto de ser e de estar E quero me dedicar A criar confusões de prosódias E uma profusão de paródias Que encurtem dores E furtem cores como camaleões Gosto do Pessoa na pessoa Da rosa no Rosa E sei que a poesia está para a prosa Assim como o amor está para a amizade E quem há de negar que esta lhe é superior E deixa os portugais morrerem à míngua "Minha pátria é minha língua" Fala mangueira! Fala! Flor do Lácio Sambódromo Lusamérica latim em pó O que quer O que pode Esta língua? Vamos atentar para a sintaxe dos paulistas E o falso inglês relax dos surfistas Sejamos imperialistas Vamos na velô da dicção choo choo de Carmen Miranda E que o Chico Buarque de Holanda nos resgate E - xeque-mate - explique-nos Luanda Ouçamos com atenção os deles e os delas da TV Globo Sejamos o lobo do lobo do homen Adoro nomes Nomes em à De coisas como Rã e Imã Nomes de nomes Como Scarlet Moon Chevalier Glauco Matoso e Arrigo Barnabé e maria da Fé e Arrigo barnabé Flor do Lácio Sambódromo Lusamérica latim em pó O que quer O que pode Esta língua? Incrível É melhor fazer um canção Está provado que só é possível Filosofar em alemão Se você tem uma idéia incrível É melhor fazer um canção Está provado que só é possível Filosofar em alemão Blitz quer dizer corísco Hollyood quer dizer Azevedo E o Recôncavo, e o Recôncavo, e o Recôncavo Meu medo! A língua é minha pátria E eu não tenho pátria: tenho mátria E quero frátria Poesia concreta e prosa caótica Ótica futura Samba -rap, chic-left com banana Será que ela está no Pão de Açúcar? Tá craude brô você e tu lhe amo Qué queu te faço, nego? Bote ligeiro Nós canto-falamos como que inveja negros Que sofrem horrores no gueto do Harlem Lívros, discos, vídeos à mancheia E deixe que digam, que pensem e que falem
Língua Portuguesa
Olavo Bilac
Última flor do Lácio, inculta e bela, És, a um tempo, esplendor e sepultura: Ouro nativo, que na ganga impura A bruta mina entre os cascalhos vela...
Amo-te assim, desconhecida e obscura, Tuba de alto clangor, lira singela, Que tens o trom e o silvo da procela E o arrolo da saudade e da ternura!
Amo o teu viço agreste e o teu aroma De virgens selvas e de oceano largo! Amo-te, ó rude e doloroso idioma,
Em que da voz materna ouvi: "meu filho!" E em que Camões chorou, no exílio amargo, O gênio sem ventura e o amor sem brilho!

Seção...BlOgAdO

Janis Lyn Joplin



(19 de janeiro de 1943 - 4 de outubro de 1970): cantora norte-americana de blues, influenciada pelo rock e pelo soul com uma voz marcante e que também chegou a compor. Joplin lançou quatro álbuns, desde 1967 até o lançamento póstumo em 1971.
Janis nasceu na cidadezinha de Port Arthur, Texas, nos Estados Unidos. Ela cresceu ouvindo músicos de blues, tais como Bessie Smith e Big Mama Thornton e cantando no côro local. Joplin concluiu o curso secundário na Jefferson High School em Port Arthur no ano de 1960, e foi para a Universidade do Texas, na cidade de Austin, onde começou a cantar blues e folk com amigos.
Cultivando uma atitude rebelde, Joplin se vestia como os poetas da geração beat, mudou-se do Texas para San Francisco em 1963, morou em North Beach, e trabalhou como cantora folk. Por volta desta época seu uso de drogas começou a aumentar, incluindo a heroína. Janis sempre bebeu muito em toda sua carreira, e sua preferida era a bebida Southern Comfort. O uso de drogas chegou a ser mais importante para ela do que cantar, e chegou a arruinar sua saúde.
Depois de retornar a Port Arthur para se recuperar, ela voltou para San Francisco em 1966, onde suas influências do blues a aproximaram do grupo Big Brother and The Holding Company, que estava ganhando algum destaque entre a nascente comunidade hippie em Haight-Ashbury. A banda assinou um contrato com o selo independente Mainstream Records e gravou um álbum em 1967. Entretanto, a falta de sucesso de seus primeiros singles fez com que o álbum fosse retido até seu sucesso posterior.
O destaque da banda foi no Festival Pop de Monterrey, com uma versão da música "Ball and Chain" e os marcantes vocais de Janis. Seu álbum de 1968 "Cheap Thrills" fez o nome de Janis.
Ao sair da banda Big Brother, Janis formou um grupo chamado Kozmic Blues Band, que a acompanhou em I Got Dem Ol' Kozmic Blues Again Mama! (1969). O grupo se separou, e Joplin formou então o Full Tilt Boogie Band. O resultado foi o álbum Pearl (1971), lançado após sua morte, e que teve como destaque as músicas Me and Bobby McGee (de Kris Kristofferson), e Mercedes-Benz, escrita pelo poeta beatnik Michael McClure.
Joplin morreu de overdose de heroína em 4 de outubro de 1970, em Los Angeles, Califórnia, com apenas 27 anos. Foi cremada no cemitério-parque memorial de Westwood Village, na cidade de Westwood, Califórnia, e suas cinzas foram espalhadas pelo Oceano Pacífico numa cerimônia. O álbum Pearl foi lançado 6 meses após sua morte. O filme The Rose, com Bette Midler no papel de Janis Joplin, baseou-se em sua vida.
Ela hoje é lembrada por sua voz forte e marcante, bastante distante das influências folk mais comuns em sua época, e também pelos temas de dor e perda que escolhia para suas músicas.

Links externos

Janis Joplin official site , em inglês.
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Coldplay

Ao vivo no Pavilhão Atlântico de Lisboa, em 2005
Origem
Londres
País
Inglaterra, Reino Unido
Período
1998 - atualmente
Gênero(s)
Rock, Britpop, Alternative rock
Gravadora(s)
Parlophone
Integrantes
Chris MartinJon BucklandGuy BerrymanWill Champion
Ex-Integrantes
Site oficial
Coldplay.com
Coldplay é uma banda de rock pós-britpop formada em 1998 em Londres, Inglaterra, conhecida por suas melodias roqueiras e letras introspectivas.
O Coldplay possui uma sonoridade próxima a de outros artistas como Radiohead, Oasis, Jeff Buckley e Travis. Outras influências são U2, R.E.M, Pink Floyd, John Lennon, The Smiths, Sparklehorse, The Stone Roses, Tom Waits, The Flaming Lips, Neil Young, Echo and the Bunnymen e, mais recentemente, Johnny Cash e Kraftwerk. Antes de sua morte, Cash foi de fato convidado pela banda a gravar uma música pendente, mas não teve a oportunidade de fazê-lo.
Desde o lançamento de A Rush of Blood to the Head, seu segundo disco, o Coldplay tem também apoiado várias causas políticas. Eles têm advogado pela campanha "Make Trade Fair" da Oxfam e pela Anistia Internacional. A banda também participou de vários projetos de caridade como o "Band Aid 20", o "Live 8" e o "Teenage Cancer Trust". Chris Martin também protestou contra a invasão do Iraque e apoiou John Kerry.

1 História
2 Membros
3 Discografia
3.1 Álbuns de Estúdio
3.2 Singles
3.3 Álbuns ao Vivo
3.4 EPs
4 Ligações externas


História
Em abril de 1999, Coldplay lançou o single "Brothers & Sisters" com a gravadora Fierce Panda. Devido a isto, a Revista New Musical Express elogiou Coldplay como uma das melhores bandas de 1999.
O lançamento do primeiro EP, "Safety", foi usado para intenção inicial, quando Debs Wild, da Universal Record, deu a cópia do CD à Give Keeling, da Parlophone Record e a Caroline Ellery, da BMG Publishing. A banda assinou contrato com as duas companhias no verão de 1999.
"Safety" e "Brothers & Sisters" abriram caminho para outro EP, "The Blue Room", lançado em outubro de 1999. Com uma nova gravadora, a Parlophone, Coldplay começou a tocar em vários festivais de música. Coldplay lançou seu primeiro álbum, Parachutes, em julho de 2000. As músicas "Yellow" e "Trouble" ganharam popularidade nas rádios da Europa. Somente no Reino Unido, venderam mais de 1,6 milhões de cópias.
Tendo sucesso na Europa, Coldplay embarcou para os Estados Unidos. O álbum foi um sucesso na América do Norte, com boas críticas dos norte-americanos e ganharam o Grammy na categoria de melhor álbum alternativo em 2002.

Ao vivo em Lisboa, no Pavilhão Atlântico em 2005
Os integrantes do Coldplay regressaram aos estúdios de gravação em outubro de 2001 para trabalhar em um segundo álbum. Com dificuldades de tempo, lançaram seu segundo álbum em agosto de 2002, A Rush of Blood to the Head foi considerado como um amadurecimento musical por parte do grupo. Receberam melhores críticas e venderam mais cópias do que Parachutes. Destaque para as músicas "In My Place", "The Scientist" e "Clocks". A Rush Of Blood To The Head ganhou dois prêmios Grammy em 2003 e outro em 2004.
A banda fez uma turnê mundial de junho de 2002 a setembro de 2003. Aproveitando a turnê, gravaram um CD e DVD ao vivo em Sidney, Austrália, chamado Live 2003.
X&Y é o terceiro álbum da banda britânica Coldplay, lançado em diversos países no final de Junho de 2005. O primeiro single do álbum, "Speed of Sound", foi lançado em CD dia 23 de Maio de 2005. O álbum chegou ao topo da UK Album Chart com 464.471 cópias vendidas na primeira semana, ficando em segundo lugar no ranking. O álbum também fez sucesso nos Estados Unidos, vendendo cerca de 737.000 na primeira semana.
Chris Martin disse que o nome do álbum "X&Y" é uma referência aos pontos altos e baixos da vida no seu dia-a-dia. Martin disse "Meu dia inteiro é uma mistura de otimismo e pessimismo nas suas mais extremas formas. E isso que é X&Y para mim. São dois lados. Eu gosto do fato que elas são letras muito fortes, muito claras”.
Apesar do sucesso repentino da banda, eles têm se mantido muito protetores de suas música e como ela é usada na mídia. Eles permitem que sua música seja usada no cinema, televisão e campanhas promocionais como o trailer do filme Peter Pan. Porem, a banda tem sido muito inflexível com o uso de suas músicas em propagandas publicitárias. Eles já recusaram contratos milionários da Gatorade, Diet Coke, e The Gap, que queriam usar as músicas “Yellow”, “Trouble”, e “Don’t Panic” respectivamente. Segundo Chris, “Nós não conseguiríamos conviver com isso, se vendêssemos o significado da música assim”.

Ao vivo em Lisboa, no Pavilhão Atlântico em 2005

Membros
Chris Martin - voz, piano/teclado, guitarra
Jon Buckland - guitarra base, violão, gaita, segunda voz
Guy Berryman - baixo, sintetizador, gaita, segunda voz
Will Champion - bateria/percussão, piano, segunda voz

Discografia

Álbuns de Estúdio
2000 Parachutes
2002 A Rush of Blood to the Head
2005 X&Y
2006 Castles

Singles
Do EP "Brothers & Sisters":
Brothers & Sisters
Do álbum "Parachutes":
2000 Shiver
2000 Yellow
2000 Trouble
2001 Don't Panic - somente na Europa
Do álbum "A Rush Of Blood To The Head":
2002 In My Place
2002 The Scientist
2002 Clocks
2003 God Put A Smile Upon Your Face - somente na Europa, exceto o Reino Unido
Do álbum "X&Y":
2005 Speed Of Sound
2005 Fix You
2005 Talk
2005 The Hardest Part (Lançamento de rádio e videoclipe por enquanto)

Ao vivo em Lisboa, no Pavilhão Atlântico em 2005

Álbuns ao Vivo
2003 Live 2003
2005 Live X&Y

EPs
1999 Safety
1999 Brothers & Sisters
1999 The Blue Room
2000 Trouble - ao vivo, gravado na Noruega
2000 Sparks
2003 Clocks - ao vivo, gravado na Holanda

Ligações externas

Commons
Wikiquote
Site Oficial
Coldplay Rocks the US for Make Trade Fair
Coldplay - Amnesty International
Letras das músicas